Educação bilíngue cresce mais de 6% ao ano no Brasil e Escola Canadense de Belém se firma como referência no modelo na capital paraense

Inaugurada em janeiro deste ano, a Escola Canadense de Belém aposta em uma abordagem bilíngue integrada e metodologias que valorizam o protagonismo infantil, o desenvolvimento socioemocional e a imersão no inglês desde os primeiros anos.

Conversamos com Caroline Aguiar, diretora da instituição, para entender como o modelo vem sendo implantado em Belém e de que forma ele contribui para a formação de crianças mais preparadas para os desafios do século XXI.

O ensino bilíngue tem crescido no Brasil. Como a Escola Canadense de Belém se diferencia nesse cenário?

O diferencial está na naturalidade com que o inglês é inserido na rotina. Aqui, ele não aparece apenas em aulas específicas, mas em contextos reais, como rodas de conversa, histórias, brincadeiras e projetos. A criança aprende o idioma brincando, se expressando, vivenciando situações do cotidiano. Essa abordagem lúdica e afetiva faz toda a diferença para uma aquisição sólida e prazerosa da língua. Além disso, unimos o bilinguismo à formação integral, valorizando o desenvolvimento emocional, social e intelectual do aluno.

Qual o impacto do ensino bilíngue na infância, especialmente quando iniciado desde cedo?

O ensino bilíngue iniciado na infância tem impactos extremamente positivos e duradouros no desenvolvimento das crianças, não apenas no domínio de um segundo idioma, mas em várias áreas do seu crescimento cognitivo, social e emocional. Principalmente: maior plasticidade cerebral, desenvolvimento cognitivo ampliado, facilidade na alfabetização e metalinguagem, maior autonomia e autoconfiança. Em resumo, quanto mais cedo o ensino bilíngue for iniciado, mais natural e profundo será seu impacto. A infância é a fase ideal para oferecer essa oportunidade, de forma lúdica, afetiva e contextualizada, respeitando o ritmo de cada criança.

A proposta pedagógica da escola enfatiza o protagonismo. Como isso se traduz na prática?

Nosso aluno é protagonista do próprio aprendizado. Isso significa que ele é incentivado a fazer perguntas, buscar respostas, experimentar, errar, refletir e construir sentido. Não oferecemos apenas respostas prontas, aqui provocamos a curiosidade. Os professores atuam como mediadores que ajudam a criança a fazer conexões entre o que ela vive, sente e aprende. Essa abordagem constrói um aluno mais crítico, ativo e participativo, que compreende seu papel no grupo e na sociedade.

Como a escola desenvolve o lado emocional e social dos alunos?

O desenvolvimento emocional é estruturante. Desde muito cedo, nossos alunos participam de atividades que os ajudam a identificar emoções, resolver conflitos de forma respeitosa e fortalecer vínculos. Trabalhamos com rodas de conversa, contação de histórias com propósito emocional, mediação de conflitos e projetos de empatia. Tudo isso contribui para que a criança se sinta segura, acolhida e respeitada, elementos essenciais para qualquer processo de aprendizagem duradouro.

Belém vai sediar a COP 30 em 2025. Você acredita que esse cenário internacional reforça ainda mais a importância do ensino bilíngue?

Sem dúvida. A COP traz para Belém um protagonismo internacional inédito. E isso reflete diretamente na importância de formar crianças que possam dialogar com diferentes culturas, compreender temas globais e se comunicar com o mundo. O ensino bilíngue não prepara apenas para o futuro acadêmico ou profissional, ele amplia horizontes, repertório e visão de mundo. Em um contexto como o da COP, fica ainda mais evidente como a educação precisa ser global desde a infância.

Quais são os planos da Escola Canadense de Belém para os próximos anos?

Nosso foco é oferecer uma educação de excelência, com base em um ambiente acolhedor, criativo e estimulante. Vamos crescer acompanhando o ritmo das crianças e das famílias, ampliando gradualmente as etapas de ensino e fortalecendo o trabalho pedagógico com formação contínua da equipe. Mas, acima de tudo, queremos continuar sendo um espaço onde a infância é respeitada, onde o aprender tem sentido e onde o bilinguismo acontece com afeto, vivência e significado.