O que é crédito para projeto sustentável e onde consegui-lo?

Para além das energias renováveis, o crédito sustentável é um incentivador de projetos ambientais de longo prazo que impactam na eficiência energética, infraestrutura sustentável e gestão de resíduos

Foto: divulgação

Na última edição do NAC Responde, editoria do Confederação Nacional da Indústria (CNI), abordou o tema crédito sustentável, quais projetos podem ser financiados com esses recursos, onde estão disponíveis e como ter acesso, junto com o analista de desenvolvimento do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) da Bahia, Felipe Juchem.

O crédito sustentável funciona como um incentivador para a realização de projetos ambientais de longo prazo, concedendo o capital necessário para implementação e desenvolvimento. Dentro desse processo, ele se estrutura em quatro pilares: injeção de capital; incentivo a inovação; fortalecimento da economia verde; e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“É um tipo de financiamento direcionado para projetos e atividades que buscam promover a sustentabilidade ambiental, social e econômica. Em outras palavras, é um crédito que, além de gerar retorno financeiro, contribui para a construção de um futuro mais justo e equilibrado”, disse Felipe Juchem.

As possibilidades de aplicação desse recurso são vastas e abrangem diversos setores da economia, como: energias renováveis, eficiência energética, projetos sociais, transporte sustentável, gestão de resíduos, como também, na agricultura sustentável.

O crédito para projeto sustentável permite o acesso a tecnologias inovadoras e eficientes, o estímulo a pesquisa e o desenvolvimento de soluções para os desafios ambientais e a contribuição para a criação de empregos verdes e qualificados.

“Vale destacar que todos esses pilares precisam respeitar os objetivos estabelecidos pela ONU para erradicar a pobreza, proteger o planeta, garantir a paz e a prosperidade para todos”, complementa o analista do NAC.

Qual é a diferença do crédito para projeto sustentável para linhas de financiamento tradicionais?
O crédito sustentável possibilita condições mais flexíveis e prazos mais longos para projetos que visam a sustentabilidade. Além disso, as taxas de juros podem ser mais competitivas e as empresas que solicitam esse tipo de financiamento precisam demonstrar um compromisso com a sustentabilidade.

É importante ressaltar que as condições individuais do crédito sustentável podem variar de acordo com a instituição financeira e a fonte de recurso para projeto.

Além disso, o crédito em projeto sustentável possui critérios de avaliação mais rigorosos, que vão além da análise de crédito tradicional. As instituições financeiras avaliam não apenas a capacidade de pagamento do solicitante, mas também itens de sustentabilidade no projeto a ser financiado. Isso permite que as empresas tenham maiores prazos para pagamento do crédito e menores taxas de juros especialmente para projetos com alto impacto ambiental e social.

O que as empresas devem fazer para acessar esses recursos?
Para que as empresas possam acessar linhas de crédito para projeto sustentável e garantir que os projetos atendam aos requisitos exigidos, é fundamental que elas adotem uma série de medidas e práticas. Isso implica na definição de metas, a implantação de práticas sustentáveis, possuir as certificações necessárias e atender as regras para obtenção dos recursos de acordo com linha de crédito pretendida e instituição financeira, que podem variar de uma instituição financeira para outra.

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Quais são as linhas de crédito sustentável disponíveis no mercado?
BNDES Finem: Linha de crédito para projetos de investimentos de longo prazo, com foco em sustentabilidade, como energia renovável, eficiência energética, gestão de resíduos e preservação ambiental.

BNDES Fundo Clima: Apoio a projetos relacionados à redução de emissões de gases do efeito estufa e à adaptação às mudanças do clima.

Financiamento de Energia Renovável: Bancos comerciais e públicos, como a Caixa Econômica Federal (Crédito CAIXA Energia Renovável) e o Banco do Brasil (BB Crédito Energia Renovável), oferecem crédito voltado para projetos de energia solar, eólica e outras fontes renováveis de longo prazo.

Créditos de Carbono: Alguns bancos e investidores oferecem linhas de financiamento que permitem a aquisição de créditos de carbono para empresas que buscam compensar suas emissões, alinhando-se aos objetivos de sustentabilidade.

Projetos que envolvem infraestrutura sustentável, como a construção de edifícios e espaços urbanos ecológicos, podem contar com linhas de crédito específicas, com foco em energias limpas, eficiência hídrica e redução de desperdícios.

O Banco do Nordeste é uma das instituições oferecem esse tipo de crédito: Programa de Financiamento à Infraestrutura Sustentável em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

Já o Banco da Amazônia tem o FNO – Amazônia Infraestrutura Verde, que financia projetos de infraestrutura para água e esgoto; e usinas de compostagem e/ou aterro sanitário sustentável.

Quais são os pontos de atenção desse tipo de financiamento?
O financiamento de projetos sustentáveis a longo prazo, embora seja essencial para a cultivação de uma economia mais verde, envolve uma série de riscos que necessitam ser cuidadosamente apreciados por bancos e investidores.

Alguns desses riscos como endividamento excessivo; falta de capacitação para implementação do projeto sustentável; fluxo de caixa irregular; e falta de garantias.

Como o NAC pode ajudar as micros e pequenas empresas a terem acesso ao crédito para projeto sustentável?
A rede NAC tem um modelo de atuação crucial para democratizar o acesso a recursos financeiros e estimular o desenvolvimento de projetos sustentáveis, que estão estruturados em quatro pilares: capacitação, orientação e assessoria, apoio e elaboração de projetos, identificação das linhas de crédito.

Por meio dos serviços realizados, os colaboradores do NAC atuam como mediadores entre as empresas e as instituições financeiras, facilitando a negociação das condições de financiamento.

Texto: Agência de Notícias da Indústria