O ano de 2024 foi marcado por eventos econômicos e financeiros que moldaram o cenário global e tiveram reflexos diretos no Brasil e, em especial, no estado do Pará. Da volatilidade nos mercados internacionais às movimentações locais, o ano trouxe desafios e oportunidades para investidores e empresários.
Confira os destaques:
Cenário internacional: política e tecnologia em alta
Nos Estados Unidos, a reeleição de Donald Trump impulsionou expectativas sobre a economia global. As bolsas americanas registraram ganhos históricos após a confirmação da vitória, com o índice Dow Jones subindo mais de 1.250 pontos, refletindo a aposta de investidores em políticas protecionistas e de aumento de gastos públicos.
Paralelamente, o setor de tecnologia teve um ano excepcional. A Nvidia, líder em chips para inteligência artificial, superou a marca de US$ 3,65 trilhões em valor de mercado. Já o Bitcoin, maior criptomoeda do mundo, ultrapassou os US$ 100 mil, consolidando-se como ativo estratégico para muitos investidores.
Brasil: ajuste fiscal e inflação em foco
No Brasil, a política monetária seguiu uma trajetória de alta. O Banco Central elevou a taxa Selic para 12,25% em dezembro, e a projeção de inflação foi ajustada para 5,2% em 2025. Essa postura reflete os esforços para conter os preços em meio a desafios fiscais e desvalorização do real, que encerrou o ano cotado a R$ 6,00 frente ao dólar.
Apesar disso, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou um crescimento de 3,3%, segundo a Secretaria de Política Econômica (SPE), superando expectativas iniciais. O resultado foi impulsionado por setores como agronegócio e tecnologia.
Pará: destaque no crescimento econômico regional
No Pará, a economia manteve um ritmo positivo em 2024, impulsionada principalmente pela mineração e pelo agronegócio. Empresas exportadoras se beneficiaram da alta do dólar, ampliando receitas e fortalecendo a balança comercial do estado.
Outro destaque foi o crescimento do setor de bioeconomia, com projetos de valorização dos recursos da Amazônia ganhando espaço, especialmente no contexto de iniciativas sustentáveis e novas economias verdes. Além disso, o comércio paraense experimentou um aquecimento significativo no último trimestre do ano, em grande parte devido à injeção de recursos do 13º salário, que incrementou as vendas em até 8,5% em comparação com 2023.
O turismo também contribuiu para o desempenho econômico. Eventos como o Círio de Nazaré e a crescente valorização de destinos amazônicos movimentaram setores como hotelaria, gastronomia e transporte.
Confiança do mercado e desafios locais
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a urgência de ajustes fiscais para conter os prêmios de risco dos ativos brasileiros. A falta de clareza sobre medidas de contenção de gastos gerou tensão nos mercados, sublinhando a importância de estratégias claras para equilibrar as contas públicas.
No Pará, apesar dos avanços,os desafios permanecem. O Pará encerrou o ano com uma taxa de endividamento familiar de 66% e inadimplência em 23,2%, segundo dados da Fecomércio-PA. Esses números limitam o potencial de consumo e reforçam a necessidade de políticas para fomentar o crédito responsável e a inclusão financeira.