26º Censo de Mercado Imobiliário apontam Belém e Ananindeua em destaque com alta oferta de imóveis residenciais

Foto: Rafael Luz/ Agência Pará

No terceiro trimestre de 2024, o mercado imobiliário de Belém e Ananindeua apresentou números expressivos, com destaque para a alta oferta de empreendimentos residenciais verticais e preços que refletem a valorização da região. De acordo com o 26º Censo de Mercado Imobiliário, realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) e conduzido pela Brain Consultoria, foram identificados 65 empreendimentos em Belém, somando 6.957 unidades, das quais 2.065 ainda estão em fase de comercialização. Isso representa uma disponibilidade de 29,7% de estoque, sugerindo boas oportunidades para quem busca adquirir um imóvel.

A preferência do mercado residencial recai sobre os padrões Médio, Especial e Standard, que, juntos, representam 63,8% das unidades lançadas e 68% das ainda disponíveis. Essas categorias indicam uma tendência de valorização equilibrada, atraindo um perfil de consumidor interessado em imóveis de médio padrão.

Preços de imóveis e valorização por tipologia e padrão

O preço médio do metro quadrado privativo dos imóveis residenciais em Belém é de R$ 10.085. Imóveis de 2 dormitórios, um dos modelos mais procurados, ficam abaixo desse valor médio, com preço 18,2% inferior. Já as unidades de 4 dormitórios estão no topo de valorização, com preço médio de R$ 11.726 por metro quadrado. A análise dos preços por padrão revela que empreendimentos classificados como Especial, Luxo e Super Luxo também apresentam valores acima da média da cidade.

Em Ananindeua, os valores são relativamente mais acessíveis, com o metro quadrado para imóveis verticais residenciais em média de R$ 5.730. Esse contraste com Belém destaca as opções mais econômicas na cidade vizinha, atendendo a uma faixa de mercado que busca alternativas de menor custo.

Mercado comercial tem desempenho moderado e falta de lançamentos preocupa

O setor comercial em Belém registra menor dinamismo em comparação ao residencial, com cinco empreendimentos em comercialização ativa, totalizando 1.063 unidades, das quais 83 ainda estão disponíveis. O preço médio no segmento comercial é de R$ 9.917/m², com o cluster 2, composto por bairros centrais como Batista Campos e Nazaré, liderando o valor do metro quadrado (R$ 10.205).

Contudo, uma queda nos lançamentos comerciais em anos recentes levanta preocupações. Desde 2018, houve escassez de novos lançamentos comerciais em 2021, 2022 e 2023. Esse cenário de retração pode afetar o equilíbrio do mercado comercial local, limitando a variedade de novas unidades e impactando o crescimento do setor nos próximos anos.

Para o presidente do Sinduscon-PA, Fabrizio Gonçalves, os dados apresentados refletem uma realidade já sentida no mercado: Belém é uma cidade cara para construir e comprar imóveis, e a tendência é de aumento dos preços. “Belém, como todos já sabem, não é uma cidade com custo baixo para construir e para comprar, por muitos fatores, e agora, com a valorização que estamos recebendo, esses preços tendem a aumentar. Por isso, quem procura comprar imóvel, o melhor tempo é agora, já que a compra vai acontecer em um valor abaixo do que será daqui a poucos meses”, afirma o presidente.

Sobre o Censo

A iniciativa é ligada ao projeto ‘Melhorias do Mercado Imobiliário’ da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por meio das Comissões da Indústria Imobiliária (CII) e de Habitação de Interesse Social (CHIS), com correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). A programação conta com o apoio do Sistema Fiepa e da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Pará (Ademi-PA).

Texto: Débora Barbosa/Sinduscon-PA