Coletivo Paráciclo teve o projeto “Perifa na Pista” inscrito no Prêmio Bicicleta Brasil. Foto: Divulgação – Paráciclo
Nesta semana, o Ministério das Cidades anunciou as 74 iniciativas que visam o estímulo ao uso de bikes no país inscritas no Prêmio Bicicleta Brasil. No Pará, cinco projetos foram inscritos para concorrer à premiação.
As cidades paraenses de Ananindeua, Barcarena, Belém, Santarém e São Domingos do Capim são as localidades em que os projetos inscritos para o Prêmio Bicicleta Brasil atuam. A maior parte destas propostas vem de iniciativas da sociedade civil organizada.
No Pará, os cinco projetos são enquadrados nas seguintes categorias: “Fomento à Cultura da Bicicleta”, “Incentivo ao Uso da Bicicleta” e “Mobilização e Incidência Política”.
De acordo com o ministro das Cidades, Jader Filho, o Prêmio Bicicleta Brasil é um importante agente incentivador para a meta de tornar a mobilidade urbana cada vez mais sustentável.
“As mudanças climáticas são realidade e precisamos que as cidades brasileiras se tornem cada vez mais resilientes e sustentáveis diante deste cenário. Parte disso envolve a mobilidade urbana, com a adoção de novas práticas e hábitos, como o uso de bicicletas, que deve ser incentivado como parte da ação de descarbonização, já que não polui o meio ambiente, como os veículos particulares a combustão. Aí que mora a proposta do Prêmio Bicicleta Brasil, onde iremos premiar as iniciativas da sociedade civil organizada que trazem grandes impactos positivos à coletividade”, analisou o ministro.
PROPOSTAS INSCRITAS
Em Ananindeua, o Coletivo Paráciclo teve dois projetos inscritos: um deles, o “Perifa na Pista”, incentiva mulheres a fazer deslocamentos nas periferias da Grande Belém usando a bicicleta como o principal meio de transporte. A proposta está enquadrada na categoria “Mobilização e Incidência Política”.
O outro projeto do Paráciclo – este enquadrado na categoria “Fomento à Cultura da Bicicleta” – é o “Bicicletas Douradas”, que consiste na implementação de um sistema comunitário de empréstimo de bicicletas na Ilha de Cotijuba, na região insular de Belém. A localidade é conhecida por ter como principais meios de transporte as bicicletas e as motocicletas e suas adaptações, como as “motorretes”, similares a charretes, mas movidas por motos.
Projeto “Bicicletas Douradas” empresta bikes a moradores e turistas na Ilha de Cotijuba, em Belém. Foto: Divulgação – Paráciclo
Também na categoria “Fomento à Cultura da Bicicleta”, o Instituto Manikara, que promove ações de desenvolvimento socioambiental, saúde, educação e empreendedorismo na Amazônia, teve o projeto “Manutenção e Montagem de Bikes” inscrito. Como o próprio nome sugere, a iniciativa consiste na realização de cursos de capacitação para a manutenção e montagem das “magrelas” no município de Barcarena, situado na Região Metropolitana de Belém.
Já em Santarém, o projeto “Amazônia de Bike” fomenta o uso da bicicleta na região do Baixo Amazonas, por meio da realização de encontros e aulas práticas e teóricas. Promovido pela Muriki Cicloturismo, empresa do setor privado, ele está enquadrado na categoria “Incentivo ao Uso da Bicicleta”.
No município de São Domingos do Capim, no nordeste do Pará, a Federação dos Povos Quilombolas e Populações Tradicionais da Amazônia (FEPQUIPTRAM) teve a iniciativa que promove o uso da bicicleta como meio de transporte em uma aldeia indígena inscrita no Prêmio Bicicleta Brasil. A ação visa valorizar o uso consciente deste modal, quer seja no trabalho, esporte ou lazer dos povos indígenas da região.
PRÊMIO BICICLETA BRASIL
O Prêmio Bicicleta Brasil é promovido pelo Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana (Semob). Ele é dividido em seis categorias: “Incentivo ao Uso da Bicicleta pelo Poder Público, Setor Privado e Instituições de Ensino”; “Fomento à Cultura da Bicicleta”; ”Projetos, Planos, Programa e Urbanização”; “Mobilização e Incidência Política”; “Segurança Viária” e “Sistemas de Informação e Redes”.
A próxima etapa do prêmio consiste na análise da habilitação dessas iniciativas, ou seja, elas serão avaliadas para saber se estão de acordo com as regras do prêmio. Depois dessa fase, será feito o julgamento técnico.
Todos os projetos habilitados vão ganhar o Selo Bicicleta Brasil, independentemente da classificação final. Os vencedores receberão troféus e certificados e, para as organizações da sociedade civil, também haverá recompensas em dinheiro. O primeiro lugar de cada categoria será premiado com R$ 50 mil, o segundo com R$ 20 mil e o terceiro com R$ 5 mil