Há mais de 20 anos, a Natura é reconhecida internacionalmente por seu modelo de negócios que contribui para conservar a Amazônia ao mesmo tempo em que fomenta o desenvolvimento econômico e social das comunidades locais. O impacto de suas práticas pioneiras na região foi analisado por um estudo divulgado recentemente na Management Science, considerada uma das revistas científicas mais conceituadas do mundo. A pesquisa destaca as soluções regenerativas promovidas pela Natura que anteciparam a decisão recente da companhia em adotar o conceito de regeneração como centro de sua estratégia empresarial, indo além da sustentabilidade.
Intitulado “There Is No Planet B: Aligning Stakeholder Interests to Preserve the Amazon Rainforest”, assinado por Leandro Pongeluppe, professor assistente da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, e Anita McGahan, professora da Rotman School ofManagement, da Universidade de Toronto, o artigo foi desenvolvido com base na análise de dados de satélite georreferenciados nas regiões onde a Natura atuafrente às áreas onde a companhia não tem operações.
A pesquisa estima o efeito da Natura e parceiros na preservação florestal utilizando vários modelos econométricos. Alguns dados comparados demonstraram que a atividade da empresa nos municípios em que a ela atua levou à preservação deaproximadamente 18 mil km2 entre 2000 e 2018. Isso significa uma área equivalente a quase todo o estado de Sergipe. Já outras análises mais robustas mostram que o total de área preservada corresponde a 730 mil hectares de floresta, o que se iguala a 676 mil campos de futebol e representa uma economia de cerca de 58 milhões de toneladas de carbono. Atualmente, a Naturaestima que seu impacto em área conservada de floresta já passa dos 2 milhões de hectares.
Com o estudo, os pesquisadores concluíram que a Natura conseguiu promover a conservação e a regeneração da Amazônia ao oferecer uma opção econômica viável para os pequenos produtores rurais manterem a floresta em pé, ao mesmo tempo em que ganham dinheiro com produtos renováveis nativos do bioma. A heterogeneidade de uso dos bioativos tipicamente amazônicos, em vez de produtos agrícolasconvencionais, se mostrou decisiva para que algumas comunidades conservem a floresta e outras também a regenerem. Certas áreas contribuíram para a conservação florestal, com extração de ucuuba, castanha e andiroba, enquanto outras facilitaram a regeneração, focando no cultivo de açaí, cupuaçu e tucumã.
O artigo confirmou a tese de que, ao usar frutas, nozes, sementes e bagas como ingredientes em cosméticos, xampus e sabonetes, houve internalizaçãodos benefícios prestados pela conservação da floresta, graças a acordos implementados com comunidades tradicionais e apoiados pela compra dos produtos comercializados pela marca por consumidores ecologicamente orientados.
O estudo também sublinhou a importância das “ecorrelações”, a abordagem atribuída à Natura dedicada a construir relações de confiança com as comunidades locais. Para estabelecer sua rede de fornecedores amazônicos, a empresa intensificouinvestimentos na região a partir da década de 2000, ampliando sua presença de quatro municípios em 2000 para 56 em 2018.
Adicionalmente, os pesquisadores encontraram evidências sugerindo que a Natura tendia a ingressar em áreas vulneráveis a incêndios, implementando posteriormente práticas para reduzir esse risco.
Entre suas contribuições para gestão de impacto positivo, o artigo traz uma compreensão prática de como uma gestão inovadora no setor privado é capaz de realizar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especificamente o ODS nº 13 (Ação Climática) e o ODS nº 15 (Vida na Terra).
Ao desenvolver abordagens inovadoras para o alinhamento de interesses das partes interessadas, atores do setor privado, e particularmente líderes de corporações multinacionais, podem se inspirar nas conquistas da Natura na preservação e reconstrução da floresta amazônica.
“A mudança climática é um grande desafio que precisamos endereçar. No entanto, sabemos relativamente pouco sobre como as empresas gerenciam suas partes interessadas e seu modelo de negócios para enfrentar problemas complexos de ação coletiva, como a transição verde. A Natura é sem dúvida um exemplo a ser seguido nessa empreitada.”, explica Leandro Pongeluppe.
Para o presidente da Natura, João Paulo Ferreira, o estudo corrobora que as empresas mais prósperas nos próximos anos serão aquelas capazes de criar maior valor econômico, social e ambiental. “O Brasil tem uma enorme oportunidade de ser uma liderança mundial da bioeconomia, usando ciência e tecnologia para desenvolver cadeias produtivas que geram riqueza para o país, que ajudam a combater a crise climática e tragam prosperidade para as comunidades locais. A história da Natura já mostrou que é totalmente possível conciliar progresso econômico e conservação ambiental”, completa.
O artigo pode ser lido na íntegra neste link: “There isno Planet B”.
Programa Natura Amazônia
A partir do lançamento da linha Ekos, em 2000, o uso sustentável da biodiversidade brasileira se tornou a principal plataforma de inovação de produtos da Natura e uma de suas principais linhas de pesquisa. Para isso, a empresa trabalha em conjunto com fornecedores e comunidades agroextrativistas.
Desde 2011, todas as iniciativas para transformar desafios socioambientais em oportunidades de negócio foram reunidas no Programa Natura Amazônia, que estrutura, aprimora e expande as cadeias produtivas sustentáveis, com investimentos em pesquisa de bioingredientes, capacitação, eficiência produtiva, transferência de tecnologias sempre priorizando a geração de impacto socioambiental positivo.
Em 2014, a empresa inaugurou o Ecoparque, complexotecnológico e industrial sustentável em Benevides, no Pará. Atualmente, 99,9% dos colaboradores dessa unidade fabril são paraenses.
Hoje, a Natura se relaciona com 9.120 famílias da Amazônia, em 41 comunidades agroextrativistas. A empresa dispõe de 42 bioingredientes da sociobiodiversidade amazônica, adquiridos a partir de 85 cadeias de fornecimento. Em parceria com as comunidades e outros atores locais, contribuímos para conservar 2 milhões de hectares de floresta. Toda a cadeia é verificada pelo selo UEBT (The Union for Ethical BioTrade), garantindo a rastreabilidade.