Ao longo dos anos, as mulheres vêm conquistando espaços cada vez maiores em todos os mercados. Na área da saúde, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), elas representam 70% da força de trabalho. Nos cargos de liderança, equivalem a 25%. De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em algumas carreiras, como Fonoaudiologia, Nutrição e Serviço Social, as mulheres alcançam quase a totalidade, ultrapassando 90% de participação. Em outras, como Enfermagem e Psicologia, estão com percentuais acima de 80%.
A infectologista e diretora médica do Hospital Riomar da Hapvida NotreDame Intermédica, Letícia Gomes, jamais imaginou estar num cargo de gestão. “Quando estava me formando, nem imaginava que isso estaria em meu caminho, e confesso que foi uma grata surpresa. Me formei em 2014 pela Universidade Federal do Pará e, há dez anos, iniciei minha jornada na empresa. Comecei como plantonista, aprendendo, no dia a dia, a rotina médica. Tive a oportunidade de crescimento profissional a cada etapa. Progredi a líder de plantão, depois coordenação de urgência e de pronto atendimento até chegar à direção hospitalar”, conta.
Para Letícia, estar num cargo de gestão é uma oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas e ajudá-las de uma forma mais integral. “Ser gestora faz de mim uma médica muito melhor. Me fez enxergar o processo de cuidar de forma mais ampla. E ter essa satisfação profissional e pessoal faz de mim uma mãe melhor, uma pessoa melhor, sinto uma satisfação mais completa”, revela a médica.
Coordenadora de clínica médica há cinco anos, Ilka Rosa, avalia sua trajetória e seu crescimento profissional. “Trabalho há sete anos na Hapvida NotreDame Intermédica. Iniciei, na empresa, como auxiliar administrativo do setor de manutenção da filial de Belém em 2016 e, com um ano de empresa, fui selecionada pelo RH para ser burocrata de manutenção da filial, uma espécie de analista júnior que cuidava de processos administrativos do setor. Em 2017, fiquei responsável, por um mês, pelo setor de hotelaria do Hospital Layr Maia, juntamente com os processos de manutenção. E, em 2018, fui convidada a participar do processo seletivo para coordenação de Hapclínica e aprovada”.
Ilka Rosa destaca a importância da sensibilidade feminina nos cargos de gestão de saúde. “Durante décadas, a figura da mulher foi vista como um elemento somente para procriar e cuidar do lar. Atualmente vemos a mulher se sobressaindo em todas as áreas de atuação devido ao seu cuidado com os processos e com a segurança de modo geral”.
Vida pessoal x vida profissional
Além de gerenciar toda a equipe médica do hospital, Letícia ainda tenta conciliar com a vida pessoal e exercer múltiplos papéis com excelência. “Hoje sou gestora, médica infectologista e mãe de gêmeos, o que me faz sentir uma mulher completa. Não deixa de ser um grande desafio e ter uma rede de apoio faz toda a diferença”, compartilha. “Ser mulher e gestora traz grande importância num cenário no qual a mulher ainda briga pelo seu espaço no mercado. É estar nessa luta mostrando nossa capacidade e força no dia a dia exercendo múltiplas tarefas”, acrescenta.
Já Ilka considera importante saber diferenciar o que é prioridade, necessidade e supérfluo. “Só assim conseguimos conciliar nosso trabalho com a vida pessoal. É preciso estabelecer limites e encontrar o equilíbrio. A gestão se dá em todas as áreas da nossa vida”, finaliza.
