Em Belém, Hospital Ophir Loyola zera fila de cirurgias de câncer ósseo

Gestão do Centro de Alta complexidade em Oncologia (Cacon) executou um plano de ação e conseguiu atender as cirurgias complexas agendadas

Foto: Divulgação

O Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, zerou a fila de espera por procedimentos cirúrgicos na área de oncologia ortopédica. Esse é o resultado de um conjunto de medidas que integram um Plano de Ação, elaborado pela gestão para atender a demanda reprimida de 70 pacientes que precisavam de cirurgias complexas.

No Norte do Brasil, o hospital é reconhecido como Centro de Alta complexidade em Oncologia (Cacon) e oferece tratamento especializado para as patologias do aparelho musculoesquelético. 

Raro e agressivo, o câncer ósseo representa cerca de 1 a 4 % dos cânceres em geral. É caracterizado como primário quando inicia diretamente no osso, ou metastático quando se origina em outro órgão, migra para o osso através da corrente sanguínea e inicia uma destruição local. As metástases ósseas são os tipos mais frequentes em adultos e ocorrem, sobretudo, em pacientes acima dos 40 anos com cânceres de mama, próstata, pulmão, rim e tireoide.

Segundo a superintendente do Instituto de Oncologia do HOL, a cirurgiã oncológica Ana Paula Borges, o projeto iniciou no ano passado com a contratação de médicos, melhoria nos processos administrativos e gestão de leitos.

“Para obtermos o êxito, contratamos mais especialistas para a clínica oncologia ortopédica e, posteriormente, acionamos todos os pacientes que precisavam da biópsia óssea, considerando que o hospital é o único especializado na realização desse exame. Essas iniciativas possibilitaram a realização dos mutirões nos últimos três meses e culminaram com a finalização da fila”, afirmou a superintendente do Instituto de Oncologia do HOL, a cirurgiã oncológica Ana Paula.

Atualmente, o hospital possui 119 usuários em tratamento contra essa neoplasia maligna, sendo  56% do sexo feminino e 44% do sexo masculino. A faixa etária média dos pacientes é de 47 anos. As cirurgias foram realizadas em horários noturnos e aos finais de semana, o último paciente foi realizado neste início de maio. A maioria apresentava tumores primários de células gigantes, condrossarcomas e também metástases ósseas.

Mesmo com o bloco cirúrgico em obras e a utilização do espaço físico de hospital parceiro, a equipe do Serviço de Oncologia Ortopédica, com apoio da gestão do hospital, concluiu o plano de ação. “A partir de agora , os novos usuários serão submetidos a cirurgias em, no máximo 15 dias, tempo necessário para a autorização da internação hospitalar e  a realização dos exames pré-operatórios. Uma redução no tempo de atendimento que colabora para uma melhora do prognóstico e aumento da qualidade de vida desses pacientes”, destacou o coordenador da especialidade, Fernando Brasil.

O serviço atua no diagnóstico e tratamento dos cânceres que acometem o sistema esquelético. A equipe multidisciplinar é composta por seis cirurgiões ortopédicos, fisioterapeutas e psicólogos. O serviço também dispõe de um convênio com instituições públicas e privadas, para receber residentes de ortopedia geral, que também cumprem papéis importantes na divulgação e conhecimento da patologia.

Durante os mutirões, foram realizadas a ressecção dos tumores com reconstrução através de endopróteses, fixações profiláticas de fraturas patológicas e ressecções de sarcomas de partes moles de extremidades do aparelho musculoesquelético.

“São cirurgias complexas de subespecialidades da oncologia ortopédica e que duram de 3h a 5h. Realizamos procedimentos modernos, menos invasivos,  e utilizamos instrumentos de implante com o intuito de garantir que nossos pacientes mantenham a função do membro e continuem com uma vida social e profissional ativa”, destacou Brasil.

Com informações da Ag. Pará