Rede Synapse traz tecnologia social para melhoria do ensino. Projeto financiado pelo BNDES beneficiará outros municípios paraense
Mais de cem professores do município paraense de Acará receberam a primeira formação da rede Synapse, tecnologia social voltada à melhoria do ensino e do aprendizado de português e matemática no ciclo de alfabetização, alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), construída para ser eficaz em regiões vulneráveis e de extrema pobreza. Esta é a primeira formação da iniciativa no Pará, tornando o município pioneiro na Amazônia.
O desenvolvimento do projeto nos municípios de Moju e Tomé-Açu será promovido pelo Instituto de Pesquisas em Tecnologia, financiado pela Hydro e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tendo cada um investido R$ 1,1 milhão para beneficiar mais de 12 mil alunos e 600 professores paraenses. Além do Pará, o Synapse está sendo levado a outros lugares do Brasil em parceria com outras instituições, como o grupo Lorinvest e o Movimento Bem Maior.
“O Synapse veio para contribuir com os professores da educação acaraense, o que levará a um conhecimento mais dinâmico e agradável. Investir em educação é investir em pessoas mais cognitivamente desenvolvidas. Sabemos que na Amazônia há uma ampla diversidade. Quando um projeto vem vivenciar realmente o que é o nosso município, ele tem muito mais contribuição e relevância. Aqui temos ribeirinhos, quilombolas, o espaço rural e o urbano. Esse aprendizado vai contribuir para professores, alunos e equipes de educação de todos esses espaços”, conta Rita Vasconcelos, diretora de Educação Básica da Secretaria Municipal de Educação de Acará.
Leila Cunha é professora na Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental 13 de Maio. Ela participou da formação e conta que está bastante ansiosa para as próximas. “De cara eu vi que esse curso está falando a minha língua. Nós, professores de municípios pequenos, não temos muito acesso a estas capacitações continuadas. Então, quando empresas e entidades se unem para nos proporcionar isso, só posso agradecer e agarrar a oportunidade”, conclui.
Parcerias em nome da educação
Atualmente, a metodologia Synapse é aplicada em quatro Estados e 27 municípios. Com a parceria da Hydro, será possível atender comunidades que ficam próximas ao mineroduto da empresa. Com esse investimento, a companhia busca apoiar a qualificação e capacitação das escolas públicas para superar os desafios criados pela covid-19.
“Acreditamos que essa parceria vai trazer mudanças significativas não só para a rede de ensino, mas para as crianças da região. A educação é uma das principais agendas da Hydro no mundo. Este é um projeto que contribui diretamente para a nossa meta global mas, mais do que isso, é um projeto que vai transformar a vida das pessoas. Acreditamos que a partir da educação podemos contribuir cada vez mais para a qualidade de vida nos locais onde operamos”, ressalta Eduardo Figueiredo, Diretor de Sustentabilidade e Impacto Social da Hydro.
Além dos baixos índices de aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental e alto índice de evasão escolar existentes no Estado, a pandemia trouxe desafios para o setor. Entre 2019 e 2021, houve um aumento de 66,3% no número de crianças de 6 e 7 anos de idade que não sabiam ler e escrever. Por meio do projeto, professores que lecionam 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental receberão formação e um novo sistema de gestão escolar de acesso livre e validado pelo Ministério da Educação (MEC) será implementado.
“O BNDES tem como missão a melhoria da qualidade da educação. Para isso, fizemos uma chamada para convidar os parceiros a unir esforços para alcançar esse objetivo, o projeto pleiteado pelo IPTI quer chegar a 58 municípios. Não dá para fazer sozinho, então parceiros como a Hydro, Movimento Bem Maior, a Lorinvest, aplicaram seus recursos e estão ajudando a expandir nossa atuação, chegando a municípios cada vez mais longínquos e que às vezes não têm a oportunidade de ter uma capacitação que possa melhorar a qualidade da educação”, conta Juliana Jonas Cypriano, Gerente do Departamento de Inclusão Produtiva e Educação do BNDES.