O transplante de medula óssea é a substituição de células doentes de medula óssea por células saudáveis. A medula óssea, popularmente chamada de “tutano”, é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos. Nela são produzidos os componentes do sangue. Por esse motivo, a medula óssea é considerada a fábrica de sangue. Suas células sadias podem ser obtidas de um doador ou do sangue de cordão umbilical.

A doação de medula óssea é um ato de solidariedade, que pode ajudar pacientes que tem o transplante como única chance de cura.
No Pará, devido à carência de serviços de referência em transplante de medula óssea, o Hospital Saúde da Mulher – HSM investiu em uma das mais sofisticadas unidades de transplante da Região Norte. Com o devido credenciamento do Ministério da Saúde, o HSM realizou, em maio, o primeiro transplante, com absoluto sucesso.
O hematologista João Saraiva explica que o transplante é um tratamento indicado para pacientes com doenças de sangue, como leucemia, linfomas e alguns tipos de anemia. “O problema é que, apesar do Brasil ser o terceiro país no mundo em número de doadores, a chance de encontrar medula compatível é de uma em cem mil. Mais de 80 doenças tem indicações de realização de transplante de medula óssea para tratamento. Por isso, quanto maior o número de doadores cadastrados, maiores as chances dos pacientes. A implantação de um centro de transplante de medula óssea é um sonho antigo, que consigo realizar, nesse momento, em parceria com o HSM, que não mediu esforços nos investimentos, inclusive em capacitação humana. Com a chegada ao Pará do primeiro centro de transplante de medula óssea, com uma equipe capaz de executar esse tipo de procedimento com segurança, com atendimento personalizado e completo, não há mais necessidade do paciente se deslocar para outros Estados, a fim de dar continuidade ao tratamento hematológico. O hospital tem capacidade operacional para atender dez pacientes por mês, o que para transplante é um número muito bom”.
O Transplante de Medula Óssea – TMO pode ser autólogo (com a medula do próprio paciente) ou alogênico (com a medula fornecida por um doador). Inicialmente, o hospital atende casos autólogos, com uma extensa lista de pacientes aguardando pelo procedimento. “O novo centro de transplante está apto a atende-los, utilizando uma estrutura de ponta”.
O procedimento não requer cirurgia. “É um processo complexo, pois envolve a destruição temporária da imunidade do paciente. Fazemos uma quimioterapia para destruir as células cancerígenas. Por conta disso, o ambiente precisa ser o mais seguro possível. E o HSM conta com todas as medidas que aumentam a segurança do paciente”, pondera o Dr. Saraiva.
Após a decisão de doar a medula óssea, o primeiro passo é procurar o hemocentro mais próximo, onde o doador assinará um Termo de Consentimento Livre, informando que autoriza a realização do exame de compatibilidade, chamado de Antígeno Leucocitário Humano. Para isso é feita uma pequena coleta de sangue, para identificação da identidade genética do paciente, que será, então, utilizada pelos bancos de medula óssea. O doador é anestesiado em centro cirúrgico e a medula é retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções. O doador poderá retornar às suas atividades habituais uma semana após a doação.
Aliás, para ser doador é necessário ter entre 18 a 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde e não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue.
Após o cadastro e a realização da coleta de sangue, o resultado será examinado para as devidas identificações genéticas, que serão incluídas no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea – REDOME. As informações genéticas serão cruzadas com os dados dos pacientes. E, quando houver alguém compatível, em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, outros exames serão solicitados.
“É de fundamental importância que a concentração de doação não seja apenas nas regiões Sul e Sudeste, como vem acontecendo, mas que seja expandida para todo o país. A população brasileira é muito miscigenada e quanto maior a expansão, maiores serão as chances de se conseguir um doador de medula óssea. Se você já for cadastrado no Redome, lembre-se de manter o seu cadastro atualizado, para uma maior rapidez na realização do transplante. O cadastramento é um gesto muito simples e que traz esperança para muitas pessoas. Doar medula é doar vida. Dentro de poucas semanas a medula do doador estará totalmente recuperada”, finaliza o hematologista e coordenador do primeiro centro de transplante de medula óssea da Região Norte, Dr. João Saraiva.
Consulte aqui os hemocentros que recebem doadores para cadastro: http://redome.inca.gov.br/doador/hemocentros/
Com informações da Assessoria