
Pela 2ª vez neste semestre, o Banco Central decidiu elevar a taxa básica da economia (Selic) de 10,75% para 11,75% ao ano, em linha com as expectativas do mercado. O BC ainda sinalizou nova alta “da mesma magnitude” para o próximo encontro do colegiado, nos dias 3 e 4 de maio, quando os juros básicos devem subir para 12,75% anuais.
Segundo o líder de negócios da VLGI Investimentos em Belém, Edward Santos, “o ciclo de altas sequentes na taxa Selic vem como um “amargo remédio” para combater a inflação que está resiliente e acumulada em mais de 10% nos últimos 12 meses registrados. É algo inevitável no momento atual da economia interna e tem, como finalidade principal, conter o consumo das famílias”.
A taxa Selic serve de referência para a definição dos juros cobrados pelos bancos em empréstimos, o retorno dos Títulos do Tesouro e investimentos em geral. Por isso, é conhecida como a taxa básica da economia brasileira. Ela é também o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação.
Mesmo com mais um choque de preços no país gerado pela guerra na Ucrânia e um novo descumprimento da meta de inflação no radar, o Copom reduziu o ritmo da alta taxa básica de juros. Nas últimas três reuniões, o BC havia elevado a Selic em 1,50 ponto porcentual.

“Para a população em geral, isso vai influenciar e muito no bolso. A principal consequência a curto prazo com certeza é o crédito mais caro. Um dos facilitadores de consumo para as famílias é a tomada de crédito para aquisição de bens. Por exemplo, financiamento de veículos com taxas mais caras se comparadas ao mesmo período do ano passado. Financiamento de imóveis, que tinha uma taxa média praticada pelo mercado de 6% a.a., agora está em 9,5% a.a. Crédito pessoal com aval ficou mais caro com juros médio mensal na casa de 5% a 7%, ficando ainda mais inviável esta modalidade de crédito para quem não possui uma garantia para oferecer à instituição financeira para baratear estes juros”, continua Edward.
Para o investidor, o Líder de Negócios afirma que o momento é de ajustar a carteira e buscar rentabilidade através de opções com risco de crédito mais baixo que acompanham Selic e CDI (papéis pós-fixados). “Este também é um bom momento para os pré-fixados, que tem oferta de travamento de taxa com diferença de 1 a 3% mais alto do que a perspectiva de aumento desses juros. Selic hoje pelo BACEN com fechamento em 2022 de 13% a.a. e alguns papéis pré-fixados ofertados até a 14,8% a.a. Lembrando, é claro, que a SELIC de hoje está em 11,75% a.a. O mercado financeiro muda a cada dia, por isso temos que estar atentos para todas essas mudanças, agindo com cautela e segurança”.