Em mais de 200 anos de história, esta é a primeira vez que a Associação Comercial do Pará (ACP), segunda entidade empresarial mais antiga do país, tem uma presidente mulher. Eleita na tarde desta segunda-feira (21), a empresária Elizabeth Grunvald estará à frente da entidade pelos próximos dois anos, a partir do dia 4 de abril, podendo ser reeleita por mais dois anos.
Economista por formação, Beth atuou durante 20 anos em uma instituição financeira, quando decidiu virar a chave, empreender e montar uma empresa de Consultoria Empresarial e uma Representação de Produtos Médicos. Atualmente, também é sócia de uma Clínica de Reabilitação Integrativa, junto com a filha.
Em entrevista exclusiva ao Cenário News, ela fala dos desafios do cargo e sobre os projetos em apoio ao empresariado paraense.
Na sua visão, quais serão os desafios de estar à frente da ACP? De que forma a sua extensa experiência como vice-presidente da entidade pode contribuir para enfrentá-los?
Estou na ACP há mais de 25 anos e nossos maiores desafios têm sido sempre a busca de um ambiente seguro e fértil para o melhor desenvolvimento da atividade produtiva dos nossos associados. Nosso maior desafio hoje é ampliar nossa representatividade e discutir a necessidade de aprovação das reformas estruturantes que o Brasil precisa, especialmente a redução da alta carga tributária, visando reduzir o peso de um sistema injusto, complexo e oneroso para quem produz e gera emprego e renda.
Quais os projetos e ações previstos para a sua gestão?
A premissa básica é estar com o olhar atento ao mercado e às necessidades dos associados, aumentando nossa representatividade, ampliando nosso leque de produtos e serviços, fomentando o empreendedorismo e estimulando a inovação e melhores práticas de atuação.
Quais estratégias serão adotadas ou mantidas para apoiar o empreendedorismo feminino paraense?
Por meio do Conselho da Mulher Empresária, já desenvolvemos várias ações de estímulo e fortalecimento ao empreendedorismo feminino, visando a informação, capacitação e desenvolvimento, além de outras ações desenvolvidas pelo Conjove, Conselho de Câmaras Setoriais e Universidade Corporativa.
E quais são as suas expectativas pessoais em relação ao trabalho que será desenvolvido?
Apesar do desafio de um ano de retomada do crescimento da economia e da reorganização financeira da entidade, estou bem otimista quanto às perspectivas do trabalho do nosso Conselho Diretor e dos órgãos colegiados, que já estão organizando seus planos de ação focados em várias frentes de trabalho. Dentre eles, destaco as atuações do CME e do Conjove, focadas nas necessidades das mulheres e na juventude empreendedora; no Conselho de Câmaras Setoriais, que discute e propõe o crescimento e melhores práticas dentro de cada segmento produtivo; a atuação incansável da Universidade Corporativa, visando a capacitação do associados e seus colaboradores; e para auxiliar em eventuais litígios de natureza mercantil, disponibilizamos nossa Câmara de Mediação e Arbitragem, que possibilita soluções da forma mais simples e com menor custo possível.
O que os associados podem esperar do diálogo com a nova presidência? Se desejar, deixe uma mensagem a eles.
Os associados são a razão da existência e do trabalho desenvolvido na entidade. A ACP é a Casa do Empresário e o estímulo ao empreendedorismo é a nossa principal bandeira. Nossas portas estarão sempre abertas e nossos esforços estarão sempre voltados para a manutenção de um ambiente saudável para o desenvolvimento da atividade produtiva e defesa dos interesses da classe empresarial do Estado.