O Brasil chegou à marca de 4,2 milhões de investidores pessoas físicas na bolsa de valores, segundo a B3. Ao todo, são 5 milhões de contas abertas em corretoras. O número diverge porque um mesmo investidor pode ter conta e investir por mais de uma instituição. Segundo a B3, o número se divide entre 1,2 milhão de contas de mulheres e 3,8 milhões de homens.
Ainda de acordo com a B3, a evolução do número de pessoas físicas em renda variável deu um grande salto desde 2019, quando o Banco Central intensificou a trajetória de queda da taxa Selic. Foi nesse período que 81% dos novos investidores entraram na bolsa do Brasil.
“O brasileiro está se conscientizando cada vez mais sobre a melhor forma de investir o seu dinheiro. Se a gente começa a poupar e investir constantemente uma parte do que sobra dos nossos rendimentos mensais, vamos trabalhar menos lá na frente, afinal, estaremos colocando o nosso próprio dinheiro pra trabalhar para nós mesmos. Fazendo isso, futuramente, você não dependerá da aposentadoria pública e do INSS, por exemplo. Hoje em dia, boa parte da população já tem noção que a poupança é o pior investimento de baixo risco que existe, e tem se interessado mais por outras alternativas tão conservadoras quanto, e mais rentáveis. Nessa linha, podemos citar CDBs, LCIs e LCAs de bancos pequenos e médios, que são protegidos pelo FGC, além dos títulos públicos”, afirma Leonardo Milane, Estrategista-Chefe da VLGI Investimentos.
Felizmente, o tema da diversificação está ganhando peso na vida dos investidores. Segundo a B3, em 2016, 21% dos investidores PF possuíam mais de 5 ativos em carteira. Em 2021, esse número subiu para 37%. “A diversificação é muito importante para perpetuar o patrimônio de maneira menos volátil durante a maratona do mundo dos investimentos, e traz tranquilidade para atingirmos a tão sonhada independência financeira. Diferentes classes de ativos que tragam pouca correlação entre si tornam a carteira do investidor mais resistente a cenários adversos”, continua o economista.
No último trimestre de 2021, cresceu ainda mais o número de investidores com produtos além das ações, o que mostra a demanda por diversificação por parte dos investidores.
Em 2016, três em cada quatro pessoas físicas (o que representa 75% do total de investidores) só tinham ações na carteira. Já em 2021, esse percentual foi de 35%.
Por fim, a diversificação também apareceu na carteira tanto dos mais ricos como nos que têm menos valores investidos. O levantamento apontou que, nos saldos até R$10 mil, mais da metade da base (52%) tem mais de um ativo em carteira.
Aportes menores
O levantamento da B3 mostrou que os primeiros investimentos das pessoas em renda variável estão sendo feitos com valores cada vez mais baixos, o que evidencia a popularização do mercado financeiro. Em dezembro de 2021, a mediana do primeiro investimento foi de R$ 44, o menor valor observado desde janeiro de 2014.