Professor de física há 25 anos, Fabrício Alves é fundador e diretor regional do Colégio Physics, que conta hoje com nove unidades no Pará e no Amapá, e mais de 5 mil alunos. Fabrício é Especialista em Física (UFLA-MG), Mestre em Ensino (UFPA), MBA Executivo em Gestão Empresarial (FGV) e Pós-Graduado em Gestão de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching (PUC-RS). Nesta entrevista exclusiva para o Cenário News, ele apresenta a expansão do Colégio Physics no Brasil.

Qual o sentimento de ter conseguido expandir a sua escola para outras cidades do Pará e outros estados?
Um ensino de qualidade rompendo as fronteiras de Belém sempre foi um sonho meu. Durante muito tempo, eu recebi muitos alunos bons de Macapá, de Castanhal, e esse sonho de levar o Physics para Macapá, que a gente realizou há dois anos, e agora de levar para Castanhal, começou justamente por essa demanda desses alunos que chegavam até a gente e falavam ‘o Physics é maravilhoso, é um sonho estudar aqui…’. Eu pensei: por que não facilitar a vida desses jovens, já que nem todos têm condições de vir a Belém? Levar um ensino de qualidade, um ensino forte para outras regiões sempre foi um sonho nosso e esse sonho nasceu por essa demanda que vinha até nós aqui em Belém. É um sentimento maravilhoso a gente conseguir retribuir esse carinho e levar um ensino de qualidade a um número maior de jovens, de famílias, e a realizar sonhos, porque a gente acredita que a educação é o que transforma a vida das pessoas.
Conte um pouco sobre a história da escola e sobre como surgiram os planos de expansão.
O Physics nasceu em um curso de física que eu criei no ano 2000. Sou professor de física, trabalhava em várias escolas em Belém e decidi montar um curso de física chamado Physics. Nesse curso, eu cheguei a ter seis turmas específicas de física. Era um curso complementar, de reforço, que deu muito certo. Funcionava numa sala alugada em um edifício de Belém. Em 2004, a gente expandiu, oferecendo aulas de física, química e matemática. Mesmo com a expansão, ainda era específico.
Em 2007, a gente abre o cursinho pré-vestibular. Saímos do edifício e alugamos uma casa na avenida Generalíssimo Deodoro, onde foi nossa primeira unidade. Fechamos uma turma lá e, para a nossa felicidade, no primeiro ano fomos primeiro lugar geral em medicina na Universidade do Estado do Pará (UEPA).
No ano seguinte, de uma, passamos para seis turmas. Também saímos daquela unidade e fomos para a Alcindo Cacela, onde funciona até hoje o cursinho pré-vestibular. De 2007 a 2014, trabalhamos especificamente com pré-vestibular, em especial com turmas de medicina. Sucesso total, sempre aprovando muito na Federal, na UEPA, no Cesupa, sempre liderando e tirando os primeiros lugares.
Em 2014, abrimos o colégio na Conselheiro Furtado e a primeira unidade na Cidade Nova. As turmas, que primeiramente eram apenas de ensino médio, foram um sucesso, desde o primeiro ano do colégio. Foi um crescimento exponencial, ano a ano aumentando as turmas e crescendo. Em 2018, a gente criou um plano de expansão que durou quatro anos. Abrimos ensino fundamental e educação infantil. Abrimos também novas unidades, saindo de três e passando para nove unidades, em Belém e em Macapá. E agora, inauguramos a unidade de Castanhal, que sempre foi um sonho nosso.
O Physics realmente é um case de sucesso, porque a gente consegue crescer, mesmo no meio da dificuldade. Isso prova que a gente está no caminho certo, que a gente tem um bom time de diretores, de professores. O que faz a diferença no Physics é isso, a união entre todos com um mesmo pensamento: o foco no aluno, na qualidade, na educação e na excelência.
Quais foram os desafios encontrados durante esses anos e como você os superou?
Quando a gente começa a crescer, o nosso maior desafio é a gestão. Eu sou professor, sou físico, mas tive que começar a entender de gestão empresarial, de orçamento, de fluxo de pagamento. A gente sofreu um pouco logo na largada. Em 2017, por exemplo, eu vendi o meu carro para conseguir pagar as dívidas e o décimo terceiro dos funcionários. Como não havia um planejamento eficaz e não tínhamos também um fundo de reserva, eu tive que vender meu carro.
Fiz uma MBA em gestão executiva e comecei a me aprofundar na área. Foi quando as coisas começaram a melhorar. Nosso ponto fraco era a parte administrativa, que depois eu fui corrigindo e a gente também foi crescendo. Quando a pandemia veio, graças a Deus, a gente já tinha uma plataforma tecnológica evoluída que deu todo o suporte online. Isso foi um grande diferencial, porque conseguimos manter a nossa qualidade e os alunos interagindo, focados na aula. Conseguimos seguir com as provas e com o cronograma.
Outro ponto foi a questão financeira. Muitos pais ficaram desempregados, sem condições de pagar e tivemos que criar situações para ajudar as famílias, com diferimento, parcelamentos no cartão e descontos, pensando em soluções. Na pandemia, o sentimento era de empatia. Se colocar no lugar do outro, tentar ajudar o aluno e a família. Todos aqueles que tiveram perdas de parentes e responsáveis, a gente deu bolsa integral. O colégio teve aquele olhar diferenciado para as famílias, pensando sempre em acolher e ajudar.
Quais são os planos para as próximas expansões?
Já tenho para o ano que vem duas unidades novas. Não sei se as duas vão sair, mas pelo menos uma deve sair. Estou ainda modelando e analisando a ideia. Passo alguns meses modelando o projeto, indo ao local, fazendo análise geográfica, análise de renda, de concorrência. Tudo o que a gente aprende sobre gestão e mercado a gente aplica.