Os desafios trazidos pela pandemia, nos dois últimos anos, parecem não ter afetado o mercado de startups no Brasil, que em 2021 continuou crescendo. Segundo a Associação Brasileira de Startups, entre 2015 e 2019, o número saltou de aproximadamente 4.000 para quase 13.000 startups criadas, representando um aumento de 207%. Hoje, o país tem 14.065 startups distribuídas em 710 cidades brasileiras.
No Pará, a Associação Paraense de Tecnologia e Inovação, também conhecida como Açaí Valley, vem fazendo história ajudando a impulsionar negócios no Estado desde a sua criação em 2014 e sua efetivação em 2019. Atualmente, o ecossistema de inovação do estado do Pará conta com aproximadamente 800 startups mapeadas em fases diversas, desde ideação até tração.
Transversal na lida com todas as iniciativas, a Açaí Valley atua auxiliando as startups a se desenvolverem, fazendo o “match” entre elas e as grandes empresas (movimento conhecido como open innovation), trazendo investidores que tenham interesse nas startups do Estado e principalmente, colocando o Pará no circuito de inovação do país.
“Estamos presenciando uma rápida evolução de todos os atores potencializada pela necessidade tanto de empresas e pessoas de fora do estado e até do país em conhecer melhor o ambiente de inovação daqui, tanto quanto das startups locais e demais atores do ecossistema, terem a necessidade de se conectarem com outras pessoas e empresas de fora”, considera o atual presidente da Açaí Valley, Antônio Correia.
Enquanto no Brasil, segundo a pesquisa da a Associação Brasileira de Startups, 9% das startups brasileiras são voltadas para a educação, 7% direcionada para outros serviços, 6% para finanças e 5% para saúde e bem-estar. Sendo que 47% das startups brasileiras tem como público alvo B2B, ou seja, negócios para negócios; 29% para B2B2C (negócios para negócios e consumidores) e 19% B2C, negócios para o consumidor, na Região Norte, não há bem definida ao mercado de atuação, que por aqui segue bem variado, como explica Antônio.
“Não temos uma aptidão por uma área específica, aqui na Região Amazônica. Temos no universo de startups várias subáreas, temos um pouco de cada um. A Região está em constante evolução no sentido de fomentar esse universo e principalmente de trazer atores não mapeados a olharem com mais carinho para esse universo de inovação e empreendedorismo”, detalha Antônio.
Na área de Recursos Humanos, por exemplo, a Neo Habitus atua com os gestores de RH entregando a eles uma plataforma que gera a eles uma visualização de como estão as competências de cada colaborador da empresa. O gestor de RH pode ver quanto cada funcionário tem (em percentual) algumas competências como liderança, resolução de problemas e etc. “A partir desses índices a plataforma gera recomendações de ações e estratégia que o gestor pode tomar para os índices que a empresa deseja melhorar com seus colaboradores”, explica Rodrigo Marques, CEO da Neo Habitus.
Na área da educação, a EdTech Educa Tecnologia desenvolveu a Plataforma EducaFlix, que prepara estudantes para o ENEM, por meio de aulas virtuais com preços acessíveis. “A plataforma é o nosso carro chefe, estamos desde 2016 trabalhando com prestação de serviços e assessoria na área de TI e até conhecer o Açaí Valley, que colaborou e continua colaborando e orientando a nossa empresa, dando oportunidades de novos negócios e parceiros.Somos muito gratos a todos do Açaí Valley, pois assim melhoramos as nossas apresentações de produtos, temos reuniões mais eficientes”, destaca Sandro Monteiro, CEO da Educaflix.
Nas áreas de agronegócio, meio ambiente, mineração e bioeconomia, a Ondrone tem se destacado no mercado, desde 2018. “Somos uma empresa associada, com isso nos possibilitou fazer parte de um poderoso ecossistema através de conexões da Açaí Valley, eventos e programas desenvolvidos em parceria, como o Minera Startup que foi desenvolvido em parceria com a Hydro. Finalista na primeira edição do Minera Startup. Realizamos prova de conceito em 2020 na mineradora Norsk Hydro e em 2021 embarcamos no AMCHAM ARENA”, explica Leonardo Mártyres, CEO da Ondrone.
Para 2022, a previsão é de mais eventos e ações que têm como objetivo unir startups a investidores, gerar conhecimento, negócios e etc. A agenda está cheia. “Temos eventos que já são recorrentes da entidade, por exemplo, o Açaí Para o Mundo, que traz pessoas de outras comunidades para trocarem experiência conosco; a gente tem o Start Beer, que é uma confraternização que normalmente é um evento mais informal para falar sobre inovação e ouvir o pitch das startups. Temos também o Açaí Investe que é um evento que traz investidores para olharem com mais carinho para nossas startups. Temos o prêmio de inovação que esse ano vai ser dado o nome em homenagem à Kamila Brito, que foi uma das fundadoras do Açaí Valley e faleceu no ano passado e tantos outros eventos que ou a gente co-realiza ou a gente apoia, além de parcerias de peso”, detalha Antônio.
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