Charge de Nicephoro Moreira
A grande mostra traçará um panorama dos mais importantes jornais e revistas que circularam em Belém durante os séculos XIX e XX. E homenageará dois dos mais destacados jornalistas que atuaram em nossa cidade: Romulo Maiorana e Paulo Maranhão. Haverá ainda mesa de debates com historiadores e jornalistas
Belém completará 406 anos no próximo dia 12 de janeiro e, para celebrar a importante data, o Castanheira Shopping apresentará ao público a 3ª edição da exposição “Belém Viva Belém”, projeto desenvolvido pelo empreendimento para homenagear a capital paraense no mês de seu aniversário, por meio da divulgação e valorização da cultura de nossa cidade em seus mais diversos segmentos.
Este ano, a exposição trará como tema as “Memórias do Nosso Jornalismo Impresso” ao longo de 200 anos.Com curadoria da Dra. e professora de História da Arte, Rosa Arraes, a grandiosa exposição será aberta no dia do aniversário da cidade e ocupará o 2º e 3º pisos do shopping, com programação paralela envolvendo mesas de debates.
2º Piso
No lounge 2º piso a exposição “Belém Viva Belém: Memórias do Nosso Jornalismo Impresso” mostrará a primeira edição de vinte dos mais duradouros jornais impressos de Belém, a começar pelo “O Paraense”, de 1822 – primeiro jornal impresso no Pará. “A partir dele, proliferaram jornais de diferentes órgãos, escolas, religiões, sociedades secretas. Alguns com periodicidade regular, outros circularam em apenas um número, em homenagem a uma pessoa ou a alguma data histórica.”, conta Rosa Arraes.
A exposição elenca notícias que foram de grande importância ao longo destes duzentos anos, nas áreas de educação, ciência, política, arte, meio ambiente, cidade, sociedade, economia etc. Nos levantamentos de mais de dezenas de histórias do jornalismo em Belém, ficou constatado que o jornal impresso possui um grande valor cultural, simbólico e documental. E para dar conta desta relevância histórica, foi necessário recorrer aos arquivos, principalmente de centenas de periódicos que permitem compreender e narrar um pouco de cada jornal que será apresentado na exposição.
Rosa Arraes destaca que os jornais, sem concorrência de outros meios de comunicação no Séc. XX, como o rádio e a televisão, difundiam uma vasta produção. Traziam novidades da indústria e do comércio – e alguns chegaram a ter distribuição gratuita, incentivada pelo patrocínio das lojas e estabelecimentos comerciais da cidade. De acordo com o historiador Aldrin de Figueiredo, o espaço do jornal aproximava os diferentes assuntos, e interagia com a diversidade social do mundo em que se inseria. Podia ser um anúncio fúnebre ou uma piada, o jornal era o principal meio de comunicação e a forma de conhecer as sociedades da época.
A exposição contará muitas dessas histórias, e algumas podem causar surpresa ao público visitante, como quando descobrir a grande quantidade de jornais que circulavam em Belém no final do século XIX. “Eram cerca de duzentos, com reduzidas tiragens que se estendiam a todas as camadas sociais, no âmbito dos comerciantes e para uma parcela do povo letrado.”, conta a curadora. Assim, é possível concluir que a sociedade do passado dava muita importância à informação.
A Homenagem aos Jornalistas
Duas das maiores referências estão sendo homenageadas nesta mostra. O jornalista e empresário Romulo Maiorana, que faria 100 anos em 2022, foi um dos mais importantes empreendedores da comunicação. Com ele, em 1º de maio de 1972, a cidade conheceu a beleza da impressão do jornal em offset. Outro homenageado é Paulo Maranhão que completaria 150 anos. Viveu até os 94 anos escrevendo para o jornal Folha do Norte. Foi considerado o jornalista mais antigo do mundo em atuação. Humberto de Campos descreveu a paixão dele pelo jornal com a seguinte frase “Folha do Norte, por ela vivia, por ela morria”.
3º Piso
No 3º piso, a exposição mostrará a história de três jornais que são referência para o jornalismo impresso e para o estudo da Belém que guardamos na memória: “O Paraense”, “A Província do Pará” e “Folha do Norte”. Todos encerraram suas atividades, mas continuam vivos nos arquivos das instituições da cidade.
As charges no jornalismo da cidade de Belém.
O humor também conta a história do jornalismo impresso de Belém. Na virada do século passado, multiplicaram-se os jornais humorísticos literários, que defendiam principalmente o divertimento e o riso com seus desenhos e charges. Com humor, levavam as críticas ao mais alto teor irônico. Desta forma, a exposição apresentará a biografia de seis chargistas, assim como algumas das celebres charges que divertiram e cumpriram seu papel de fazer os leitores entenderem de forma primordial os importantes contextos da cidade. Estarão presentes na mostra os seguintes chargistas:Manuel do Amaral (séc. XIX); Theodoro Braga e Nicephoro Moreira (virada do séc. XIX para o XX); Angelus (década de 30); Andrelino Cotta (década de 50) e Biratan Porto (séc XXI).
PROGRAMAÇÃO PARALELA
Para melhor conhecimento sobre esses momentos do jornalismo impresso nos séculos XIX e XX, o Castanheira Shopping, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), oferecerá ao público uma rodada de debates com historiadores e jornalistas que, com suas experiências e conhecimento, abordarão a importância que os impressos tiveram na construção da democracia e dos direitos à cidadania em nossa Belém.
Confira a programação que será realizada no Espaço Cultural do Castanheira Shopping (3º piso):
Mesa 01 – Dia 14/01 – às 17hs
Tema1: “O Uso dos Jornais para o Pesquisador” – com Profa. Dra. Magda Ricci (Diretora do Centro de Memória da Amazônia-UFPA)
Tema2: “O papel do jornalismo nos processos políticos” – com a jornalista Franssinete Florenzano (sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do Pará – IHGP)
- Mediadora: Profa. Dra. Regina Lima – Vice-diretora da Faculdade de Comunicação da UFPA
-Tema1: “ O Paraense” (1º Jornal no Norte do Brasil 1822) – com a Profa. Ms. Michele Barros (Profa. de História da Escola de Aplicação UFPA e Sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico do Pará – IHGP)
-Tema2: “Imprensa alternativa no Estado do Pará” – com o jornalista e Escritor Paulo Roberto Ferreira
- Mediador: Hilbert Nascimento –Presidente da FUNTELPA
Mesa 03 – Dia 28/01 – às 17h
Tema1: “Jornais e Revistas no Modernismo Paraense” – com o Prof. Dr. Aldrin Moura de Figueiredo (Prof. do Programa de Pós-Graduação de História da UFPA e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Pará´- IHGP)
Tema: “A charge na imprensa paraense” – com o jornalista e Prof. de História Ms. Walter Pinto (ASCOM /UFPA)
- Mediador: Prof. Rodrigo Vieira – Diretor de Marketing TV Liberal
Serviço: A exposição “Belém Viva Belém – Memórias do Nosso Jornalismo Impresso” será aberta dia 12 de janeiro, às 10 horas, no 2º e 3º pisos do Castanheira Shopping (BR-316 – Km 01 -S/N). Visitação aberta ao público de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 22h.