Empreendedora desde muito jovem, a presidente do Conselho da Mulher Empresária, Denise Araújo, já pensava em inovar a forma de prestar o serviço das empresas por onde passou, mesmo enquanto trabalhava no regime CLT. Assim que se sentiu pronta, passou a empreender na consultoria empresarial e no segmento da saúde.
Paralelamente, também empreendeu em uma franquia de cosméticos e na área de clínica estética, por 10 anos. “Todo empreendedor precisa ter de forma clara qual o seu propósito e realmente investir naquilo que ele se sente bem e feliz em realizar”, diz a empresária, que há mais de 15 anos se dedica exclusivamente à área da consultoria de gestão de pessoas.
Nesse caminho, conheceu o associativismo, pelo qual se apaixonou. À frente do Conselho da Mulher Empresária desde 2018, Denise defende a causa da coletividade e a certeza de que “juntos somos mais fortes”.
Quais as ações do CME para incentivar ainda mais as iniciativas empreendedoras entre as mulheres?
Realizamos eventos onde nossas associadas podem criar ou aumentar seu network para dar mais visibilidade a seus produtos ou serviços. Na última quarta-feira do mês, realizamos nosso almoço empresarial onde levamos sempre uma convidada para falar de um tema relevante naquele mês. E nesse viés de network também temos as visitas empresariais, que infelizmente foram suspensas com a pandemia, mas retomaremos em 2022. Atuamos também na promoção de palestras, workshops, cursos e fóruns, tendo sempre a visão em contribuir com a gestão empresarial, gestão de pessoas e com a pandemia demos um enfoque na gestão de marketing e comercial dos negócios de nossas associadas.
Quais são os projetos já desenvolvidos ou em desenvolvimento pela atual gestão? E quais são os planos futuros?
Em 2018 e 2019, dez empresas associadas do conselho tiveram oportunidade de participar do projeto Empreender Competitivo, com empresas de vários estados. O projeto tinha desde workshops, webinários, mentorias e até consultorias individuais com profissionais de excelência no cenário nacional. Esse projeto foi premiado com o primeiro lugar em 2021 dentre os projetos do sistema CACB – Confederação das Associações Comerciais do Brasil. Nos planos para o próximo biênio contamos com uma missão internacional para Portugal, conforme as liberações das agencias sanitárias do Brasil e Portugal.
Para você, como mulher empreendedora, quais são os maiores desafios enfrentados na área?
Primeiro, o conflito família X trabalho ainda é muito latente, pois nesse conflito inclui-se a maternidade, algo que envolve além das questões emocionais. As mulheres precisam solucionar questões de logística, as quais só se resolvem no momento em que vivemos com uma excelente rede de apoio. Segundo, quanto tempo a mulher dispõe para investir no seu negócio. As mulheres investem 18% menos tempo no seu negócio em relação ao tempo dos homens e isso reflete diretamente no faturamento que também fica menor. Terceiro, empreendedoras têm muita dificuldade em obter linhas de credito e pagam juros mais altos que os empreendedores.
E quais as perspectivas de avanço do empreendedorismo feminino no Estado?
Acreditamos que cada vez mais mulheres empreendam, pois pesquisas já mostram que nas formaturas das faculdades e universidades a maioria dos formandos são mulheres; o mercado de trabalho formal não tem vaga suficiente para absorver as mulheres desempregadas e essas novas entrantes oriundas do nível superior; muitas instituições e órgãos públicos e da própria iniciativa privada têm feito campanhas para diminuição da violência contra a mulher, fortalecendo essas mulheres por meio do empreendedorismo. Diante desse cenário, tenho a certeza que muitas mulheres empreenderão em 2022 e a responsabilidade do conselho aumenta na direção de auxiliá-las na orientação de como empreender.