Sobe a proporção de domicílios com pessoas recebendo programas sociais no Pará em 2020

De 2019 a 2020 houve um aumento significativo na proporção de domicílios com pessoas recebendo outros programas sociais no estado do Pará indo de 0,4% para 33,7% no respectivo período, dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua do IBGE, divulgada hoje (19).

Esta situação pode ser explicada pelo recebimento do Auxílio Emergencial, criado pelo governo federal durante a pandemia do coronavírus. O auxílio, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados trouxe um grande impacto nos percentuais de rendimento no estado. Na Pnad Contínua 2020, este benefício entrou na rubrica de “outros rendimentos”, que engloba rendimentos provenientes de programas sociais, aplicações financeiras, seguro-desemprego, seguro-defeso etc.

Por outro lado, a taxa de domicílios de pessoas que recebiam o Bolsa Família no estado do Pará no ano de 2020 foi a menor em comparação aos cinco anos anteriores, chegando a 14,3%, ficando atrás dos anos de 2019 (30,3%), 2018 (31,6%), 2017 (30,7%), 2016 (32,6%) e 2015 (31,9%).

A taxa também diminuiu para quem recebia o Benefício de Prestação Continuada (BPC LOAS), a qual ficou em 5,7% no ano de 2020 em contrapartida com 6,3% em 2019 e 6,2% em 2018, fato que pode ser justificado por conta de que parte dos beneficiários passou a receber o Auxílio Emergencial, o que não permitia a acumulação com outros benefícios, exceto o Bolsa Família.

A taxa de recebimento de outros programas sociais também cresceu no país, saltando de 0,7% para 23,7% no Brasil, aumentando significativamente em todas as regiões, sobretudo no Norte (0,5% para 32,2%) e Nordeste (0,8% para 34,0%). Verificou-se também que a proporção de domicílios que recebia o Bolsa Família caiu de 14,3% para 7,2% no período, assim como a proporção de domicílios que recebiam BPC-LOAS, que passou de 3,5% para 3,1%.

Já quando se fala em rendimento, no ano de 2020, o rendimento habitualmente recebido de todos os trabalhos no Brasil resultou em uma massa mensal de aproximadamente R$207,4 bilhões, valor 5,6% menor que a estimada para 2019. Frente a 2012, a massa de rendimento cresceu 5,5%. Dentre os fatores que ajudam a explicar essa queda está a forte redução da população ocupada neste período, a qual sofreu queda de 8,7%, chegando ao menor contingente da série (84,7 milhões) no período.