Microempreendedor: Em um ano, pequenos negócios foram responsáveis 73% dos empregos gerados no Pará

Klabin Almeida e a equipe da Estetikar em Belém


Klabin Almeida tem uma loja de estética de carros em Belém. Já as sócias Rita Vidal e Cláudia Lima, uma pastelaria que tem como carro-chefe os sabores regionais, em Ananindeua. O que essas pessoas têm em comum? São paraenses que encontraram no empreendedorismo novas oportunidades de trabalho e negócios, além de uma nova paixão.

Cada vez mais, os Brasileiros mostram que o empreendedorismo está no DNA. De acordo com dados da pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), a taxa de empreendedorismo potencial no Brasil teve um crescimento de 75%, passando de 30% (em 2019), para 53% (em 2020). O percentual representa 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendem e que querem abrir um negócio nos próximos três anos. Pela primeira vez, a pesquisa GEM também identificou que ter uma empresa é o segundo maior sonho do brasileiro.

De acordo com o Sebrae no Pará, o Estado é o sexto em formalização, no país, de janeiro a julho deste ano. Dentre os segmentos de negócios abertos, o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, cabeleireiros, manicure e pedicure, restaurantes e similares são os mais procurados.

Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará

“Sem dúvida os pequenos negócios foram e são fundamentais para a economia nesse momento difícil. No período de junho de 2020 a junho de 2021, no Pará, os pequenos negócios foram responsáveis pelo saldo acumulado ajustado de empregos gerados no valor de 63.752 empregos, o que corresponde a 73% dos empregos gerados nesse período. Enquanto as grandes empresas geraram apenas 23.726 novos empregos no mesmo período (27%), baseado nos dados no Novo CAGED. Portanto, podemos evidenciar a importância dos pequenos negócios para o equilíbrio da balança da economia e o quanto são fundamentais para a geração de emprego e renda”, afirma Rubens Magno – diretor-superintendente do Sebrae no Pará.

Há 47 anos no Pará, a entidade atua em todos os 144 municípios, por meio das 13 agências que atendem pontualmente todos os municípios com o apoio das 78 Salas do Empreendedor existentes no estado, com programas como o Brasil Mais, Negócio a Negócio, Compre do Pequeno, Inova Amazônia, Negócio de Impacto Socioambiental, Empretec, Feiras Livres, Sebrae na Sua empresa (NAN), Brasil Mais, Alimentos do BRASIL, PNEE e Inova.

E foi por meio de programas como o Empretec, que o geólogo e ex-funcionário de uma multinacional, Klabin Almeida, iniciou sua trajetória como microempreendedor, há 05 anos. “O curso me ajudou muito na tomada de decisão de montar o meu negócio. Após o programa do Sebrae, fui a São Paulo visitar uma feira de franquias. Já estava há um tempo pesquisando sobre franquias de lavagem de carro, pois sempre gostei muito de cuidar de carro e percebi que poderia transformar aquilo em um negócio. Em seguida fiz um curso de estética automotiva onde aprendi o conceito de lavagem ecológica e lavagem a vapor, em que usamos menos água e menos produtos químicos, conceito e inovação que trouxe a Belém. Menos de três meses depois, abri a Estetikar e estamos no mercado há 4 anos”, detalhar o microempresário.

O dono da Estetikar não parou por aí, investiu em novos serviços e diferenciais, além de parcerias a nível local, nacional e internacional e hoje também oferta curso de estética automotiva em Belém. “Estamos sempre buscando inovação para atender melhor os nossos clientes. Hoje oferecemos, em torno de 45 serviços, que vai de uma lavagem clássica até lavagem de motor, lavagem de chassi, toda parte de higienização interna, polimento e vitrificação, que é um novo conceito que está despontando. Também criamos o curso de estética automotiva, uma procura crescente no mercado. Fechamos parcerias com empresas internacionais como a Sonax, nacionais como Venci e Universidade do carro e empresas locais como a Nortfix, que são empresas que fornecem produtos para limpar carro”, detalha.

Rita Vidal e Cláudia Lima recomeçaram apostando no empreendedorismo

Já as sócias Rita Vidal e Cláudia Lima, tinham uma franquia de construção civil que faliu. O recomeço foi no Girassol, em Ananindeua, em uma rua onde se vendia frango assado, aos finais de semana. Até então, o ramo de gastronomia era impensado. Em seguida, as microempresárias investiram no pastel. Inicialmente com apenas sete sabores, a preço acessível. A primeira mudança foi para a Praça da Bíblia, na Cidade nova. A boa estrutura e a ideia do empreendimento chamaram atenção de executivos da cidade. Pouco tempo depois o Pastel Pai D’égua abria as portas no Shopping Metrópole. As mudanças e o crescimento também tiveram apoio e consultoria do Sebrae no Pará.

“No Sebrae sempre buscamos ajuda e foi fundamental. A entidade é parceira do microempresário, um aliado para o resto da vida, que nos abriu muitas portas. Foi por meio do Sebrae que começamos a fazer eventos em Belém e mostrar nossa cara, a cara da pastelaria em Belém, já que o negócio nasceu em Ananindeua. Além disso, a orientação, os consultores Sebrae vieram aqui pra dentro junto conosco, fizemos cursos online durante a pandemia, assim como outros cursos. Damos muito valor a associações como a Abrasel, da qual faço parte, Sistema s, Governo, pois se não fizermos parte dessa esfera, tendemos a nos afogar. Temos que nos unir a estas entidades e outros empresários. Esse network ajuda bastante, conhecer fornecedor, e etc”, considera Rita.

Das ruas ao Shopping: Restaurante instalado no Metrópole em Ananindeua é conhecido por pasteis com sabores regionais


Hoje o Pastel Pai D´Égua tem uma cartela variada de sabores de pasteis, que vão desde os mais simples até os gourmets. O restaurante também oferta outros pratos à base de massa como lasanha, escondidinho, talharins e caldos. A microempresa emprega hoje seis pessoas e a média de seu faturamento mensal é de aproximadamente R$ 80 mil.

“Sempre tive essa vontade de ter meu negócio, eu pedi demissão e fui atrás do meu sonho. Sempre tive a consciência de que a gente precisava se planejar. Não tinha a noção do que é realmente ter uma empresa e hoje me vejo um pouco melhor do que no início. Empreender é uma luta continua, e estamos sempre nos reinventando e estudando. Você não nasce sendo empresária, você só tem o desejo, então temos que estudar e aprender detalhes que só o tempo ensina”, detalha Rita.