A Feira de Artesanato do Círio (FAC), promovida pelo Sebrae no Pará, está cheia de produtos originais, dos mais tradicionais a inovações

O artesão Tarcísio Sousa nasceu no Ceará, na cidade de Sobral, e chegou em Belém no ano de 1988. O empreendedor trabalha especialmente com ossos e chifre de búfalo, elementos provenientes da cultura marajoara. Uma tarefa nada fácil, que requer muita técnica, habilidade e outros dons extras, como conhecimento de design, ainda que de forma instintiva. Tarcísio não se considera um design, mas a percepção visual do empreendedor é aguçada.
O artesão também trabalha com outros elementos como coco e ouriço de castanha. O chifre do boi é menos resistente e não rende tanto quanto o do búfalo, pela fragilidade e pela espessura. “O osso da canela do búfalo é resistente, ele é grosso, já o osso do boi é fino. Quando você vai cortar o osso, o de búfalo rende bem mais”.
“Estou feliz com a repercussão aqui na FAC, está sendo melhor do que eu esperava. É uma ótima oportunidade, estou vendendo bem. A divulgação está sendo muito importante pro meu trabalho”, destaca o artesão.
Os produtos do artesão já foram expostos em outros países e outros estados, como São Paulo, Amazonas e Santa Catarina. O empreendedor acredita que outras regiões valorizam mais o seu trabalho do que aqui no Pará. Tarcísio costuma comercializar seus produtos na Praça da República.
No estande do artesão podem ser encontrados produtos como brincos, pulseiras, muiraquitãs, colares anéis feitos com os materiais de búfalos, brincos de bois, entre outros.
“A originalidade e a exclusividade de muitos produtos têm deixado os visitantes satisfeitos, assim como os artesãos, que estão fazendo bons negócios”, enfatiza o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno.
Técnica
Tarcísio trabalha com os materiais marajoaras pouco usuais, técnica que aprendeu com o cunhado no Ceará. No Pará, ele se aperfeiçoou e hoje atua em um segmento bem específico. São muitas especificidades para trabalhar com o material de búfalo.
O osso de búfalo precisa ser limpo e seco em uma estufa, enquanto o chifre precisa ser seco ao sol. Enquanto o osso seca rapidamente, o chifre desta espécie necessita de pelo menos três meses para estar apto para a produção.
O osso do búfalo não tem poros, isso o torna mais resistente e, por isso, o material é de qualidade. “O osso tem que ir pra uma estufa, pois tem gordura, se não derreter bem, vai entranhar no osso e não limpa mais. O chifre precisa de três meses pelo menos pra secar, se for menos tempo, ele fecha”, pontua o artesão.
A FAC está ocorrendo em dois pontos da cidade, no Porto Futuro e no Arraial de Nazaré, até o dia 12 de outubro, das 10h às 22h. A entrada é gratuita.
Com informações da assessoria