Em todo o mundo, acidentes vasculares cerebrais (AVC) são hoje uma das principais causas de mortes ou de incapacidades físicas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada seis segundos uma pessoa morre vítima de acidente vascular cerebral (AVC) no mundo e cerca de 50% dos pacientes vítimas de AVC tem algum tipo de sequela, que os tornam dependentes de outras pessoas no dia-a-dia. E segundo o Ministério da Saúde, os AVCs são hoje a segunda maior causa de mortes entre os brasileiros, somente em 2020, mais de 78mil brasileiros morreram em decorrência de acidentes vasculares cerebrais.
O que este novo protocolo tem de tão diferente e inovador?
O novo protocolo de AVC define a linha de tratamento e acompanhamento do paciente, desde que ele chega ao Pronto-Socorro até a sua alta hospitalar, fazendo assim, com que ele tenha um menor número de complicações e até mesmo um alta hospitalar precoce e uma reabilitação seja efetiva. Além disso, o ponto mais positivo deste protocolo é que agora, com o atendimento precoce dos pacientes com casos de acidente vascular cerebral, nós conseguimos realizar as terapias de recanalização, que são: a Trombilize e a Trombectomia, procedimentos que fazem com que o paciente melhore da alteração neurológica que ele apresentou durante o AVC. Então, isso pode trazer muitos benefícios para o paciente em termos de qualidade de vida e funcionalidade.
Qual a percentagem de vidas salvas com esse novo protocolo?
Podemos considerar que é bem alta, se levarmos em consideração que uma em cada seis pessoas, pode apresentar um caso de acidente vascular cerebral. Então, com este novo protocolo, nós conseguimos fazer com que esse paciente, tenha uma doença mais leve e até mesmo a ausência de sequelas provocadas pelo AVC. Então o grande impacto na saúde é de fazer com que mais pessoas fiquem funcionalmente ativas, após um episódio de AVC.
Ele reduz o tempo de internação e as possíveis sequelas de um AVC?
R.: O objetivo primário deste novo protocolo é fazer com que o paciente saia com o mínimo de sequelas possível. Então nós, com um tratamento dedicado, com terapia multidisciplinar, com fonoaudiólogos, fisioterapeuta, neurologistas intensivistas, clínicos e cardiologistas, conseguimos prover para esse paciente um atendimento que poderíamos considerar “Padrão Ouro”, fazendo com que ele consiga chegar no melhor nível funcional possível para o caso dele.
No que mais ele se diferencia dos demais protocolos de atendimento hoje existentes?
Na verdade o protocolo de AVC é uma linha de cuidados com esse paciente, ele não se diferencia dos demais protocolos, assim como os outros, como o protocolo de septicemia e o protocolo de infarto, ele tem como objetivo trazer para o paciente marcos que são imprescindíveis para sua melhora clínica, fazendo com que todos os pacientes que foram submetidos a ele, tenham em si um protocolo de qualidade de atendimento, sendo um diferencial no atendimento deste tipo de paciente. Então, a sua diferença com relação aos demais protocolos é que ele trata uma doença, que atualmente é negligenciada pela maior parte dos serviços públicos e privados de saúde e que, tem extremo impacto na saúde pública, visto que hoje, o AVC é a principal causa de incapacidade e uma das principais causas de morte no mundo.
E como esse novo protocolo vai influenciar nos atendimentos prestados pelo Guadalupe, servindo até mesmo de referência para a região norte?
Todo paciente que for admitido no Hospital Guadalupe com a hipótese de AVC, terá um atendimento precoce, fazendo com que este paciente apresente uma menor quantidade de sequelas. Esse tratamento precoce faz com que a gente consiga impedir que a isquemia cerebral avance, reduzindo com isso, a quantidade de sequelas ou mesmo zerando elas. Quanto mais rápido a gente realizar este atendimento, mais do cérebro do paciente nós conseguimos poupar. No tratamento do AVC, existe entre nós profissionais da saúde uma célebre frase que é: “Tempo é Cérebro!”. Então, o impacto disso, em termos de saúde é a melhora de uma a cada seis pessoas da nossa população.