Cachaça da Amazônia se prepara para exportação

Jambucana, bebida produzida à base de jambu, deve chegar ao mercado norte-americano até o final de 2021.

Um dos destilados mais tradicionais do Brasil, a cachaça hoje pode ser encontrada com vários sabores e aromas, uma das que mais tem destaque no mercado regional, atualmente, é a com jambu, planta tipicamente amazônica, conhecida por adormecer a boca por alguns minutos. Em Belém, o restaurante Engenho Dedé possui uma marca própria da bebida, a Jambucana, que, nos próximos meses, chegará ao mercado internacional.

De acordo com Rogério Perdiz, diretor administrativo e sócio do Engenho, a ideia de produzir a Jambucana surgiu com o objetivo de unir o melhor da Amazônia com o melhor de Minas Gerais, polo nacional produtor de cachaça. Há cerca de nove anos, quando a iniciativa da produção surgiu, o restaurante já trabalhava com mais de mil rótulos artesanais, mas o grupo sentia a falta de investir em uma bebida com foco na região Norte. Hoje, são envasadas, em média, 20 mil garrafas por ano.

“O processo de criação contou com a participação do chef Dedé Parente, também sócio do restaurante, junto a um especialista em cachaça em Minas. Depois de estudarmos mais de 30 composições diferentes, chegamos à composição que tem uma característica diferenciada, suave, aveludada e com notas de canela e gengibre”, comenta Rogério.

No Brasil, o produto está presente em 17 estados e a ideia de exportação surgiu há três anos. O processo para a venda no exterior é demorado e conta com várias etapas como o estudo de mercado e as estratégias de venda, além da parte legal de registrar a marca em outro país, nos órgãos de controle e entender os canais de distribuição. Todas essas fases já foram superadas e a expectativa é que a primeira carga chegue aos Estados Unidos em até três meses.

“A Amazônia é uma marca que sozinha vende e no exterior ela é muito desejada. As pessoas querem ter produtos, elementos e experiências que envolvam a Amazônia. Então, entendemos que, com o crescimento e o reposicionamento da cachaça no mercado brasileiro e mundial, haveria chance para a Jambucana conquistar esse espaço”, pontua.
Segundo Rogério, o público estrangeiro que já teve a oportunidade de experimentar a bebida no restaurante recebeu o produto de forma positiva. Muitas dessas pessoas compram e levam a cachaça para os seus países de origem.

“Já recebemos vídeos e posts nas redes da Jambucana sendo consumida na Alemanha, Inglaterra, Portugal, Estados Unidos e outros países. É uma bebida que tem nicho de mercado”, conclui o diretor administrativo.