Com o retorno das aulas no último dia 02 de agosto, muitas escolas particulares de Belém precisaram se adaptar e investir em recursos que proporcionassem segurança aos alunos, sem prejudicar o acesso ao conhecimento. De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Pará, as instituições seguem orientações rígidas quanto aos protocolos de prevenção à covid-19 e já observam um aumento de cerca de 30% no número de alunos que optaram por assistir as aulas presenciais.

Taciana Carneiro, diretora pedagógica do Colégio Equipe, explica que a pandemia impôs muitas dificuldades e exigiu um grande esforço para uma adaptação de alunos e funcionários. As aulas foram adaptadas para o formato 100% online nos primeiros meses e, à medida que o os órgãos competentes liberaram o retorno presencial, a escola fez mudanças nos espaços físicos para garantir que todas as medidas de biossegurança fossem cumpridas, além de oferecer suporte psicológico para os alunos.
“Investimos em itens de segurança recomendados pelos órgãos de saúde, como totens de álcool em gel, tapetes sanitizantes, pias para higienização das mãos, máscaras face shields e termômetros para aferição de temperatura. Os funcionários e alunos foram orientados quanto aos cuidados necessários, como distanciamento e não compartilhamento de objetos pessoais. Também elaboramos um manual de biossegurança, que contempla todas as necessidades e providências em casos de covid-19, e adquirimos equipamentos para que nossos alunos pudessem ter acesso ao vivo às aulas ministradas diariamente, por meio de um sistema de ensino híbrido. Assim, os responsáveis pelos alunos podem optar pelo ensino presencial ou remoto”, disse.

A escola possui, em média, 3 mil alunos em sete unidades. No total, são cerca de 800 colaboradores. A diretora pedagógica explica que as aulas passaram a funcionar no sistema híbrido a partir de setembro de 2020. Naquele momento, apenas 50% dos alunos poderiam retornar e, ainda assim, era opcional. Os que optaram pelo presencial seguiam o esquema de rodízio para que o número máximo de alunos por sala fosse respeitado. Devido ao suporte de aulas online, o calendário escolar não sofreu atrasos.
“Os alunos têm muita consciência de que essas mudanças são necessárias e imprescindíveis para o momento no qual vivemos. Os protocolos são seguidos e eles tentam colaborar para que todos permaneçam seguros. A adaptação e a incerteza de quais cenários iríamos enfrentar por conta da pandemia foram grandes desafios e a suspensão das aulas presenciais aconteceu de maneira muito rápida, por isso, precisamos de um grande esforço para adequar nosso método de ensino para o sistema online. Felizmente, conseguimos fazer isso e oferecer o suporte necessário para nossos estudantes”, pontuou.
Cultura digital
Motivada pelo uso crescente da tecnologia no ensino, a coordenação do Colégio Physics já estava prestes a lançar uma plataforma digital em março de 2020, quando a pandemia se espalhou pelo país. A diretora pedagógica do colégio, Lorena Jacob, comenta que, diante das notícias, os planos de lançamento foram antecipados e em poucos dias a ferramenta já estava funcionando.

“Naquele momento, iniciaram os grandes investimentos, com treinamento de professores, capacitação de corpo técnico e tudo o que envolvia esse processo. Depois, quando fomos liberados para a vivência do formato híbrido, fizemos nova compra de equipamentos específicos, álcool em gel, ventilações diferenciadas, pintura de piso, metragem, câmeras e computadores”, revela a Lorena.
Com a vacinação de jovens de 17 a 12 anos, que ocorre nesta quarta-feira (25), e os colaboradores já vacinados e trabalhando em sistema de revezamento, as perspectivas para o segundo semestre são positivas. A diretora pedagógica destaca o esforço de adaptação dos próprios alunos para vencer as barreiras do ensino híbrido, que deve continuar pelo menos até o final do ano.

“Nós percebemos que os alunos se adequaram muito mais facilmente do que os adultos. Essa geração é muito tecnológica, então eles também tiveram mais facilidade nas aulas remotas, com o uso do digital. Para nós, o desafio maior foi de nos reinventarmos, entendermos que a educação pode funcionar nesse formato, com novas ferramentas. Isso foi também o nosso maior ganho, não apenas com o aprendizado de novos recursos, mas também com a aproximação das famílias”, ressalta.