O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o mais novo relatório da Pesquisa Industrial Anual (PIA) que oferece uma análise do comportamento das indústrias extrativas e de transformação, desde o início de 2010 até o final de 2019. No Pará, o levantamento mostrou que as três principais atividades econômicas na década pesquisada foram a extração de minerais metálicos, a fabricação de produtos alimentícios e a metalurgia.
Durante a década pesquisada, as indústrias extrativistas e de transformação do Pará foram responsáveis por 55,3% do valor da transformação industrial da região Norte, gerando R$ 56,9 bilhões. 84,5% do valor de transformação do Pará foi gerado pelas indústrias extrativistas, com R$ 48 bilhões. Os 15,5% restantes (R$ 8,8 bilhões) coube às indústrias de transformação.
A receita líquida de vendas do Pará foi de R$ 91,7 bilhões, correspondendo a 41,4% da Região Norte. As indústrias extrativistas foram responsáveis por 68,3% da receita líquida do Pará, gerando R$ 62,6 bilhões. Os outros 31,7% da receita paraense foram gerados pelas indústrias de transformação, com R$ 29,1 bilhões.
Ao final do período pesquisado (31 de dezembro de 2019), o Pará detinha 38,1% do pessoal ocupado nas indústrias (extrativistas e de transformação) da região Norte, com 93.145 empregados. As indústrias de transformação eram as que mais empregavam, com 74,5% das pessoas ocupadas (em indústrias extrativistas ou de transformação) no estado, um total de 69.388 pessoas. Outras 23.757 pessoas (25,5% do total no Pará) estavam empregadas em indústrias extrativistas.
Quanto aos “salários, retiradas e outras”, o Pará representava 38% do total da região Norte, com R$ 2 bilhões usados para pagar salários nas indústrias de transformação (59,3% do total no Pará) e R$ 1,4 bilhões para salários das indústrias extrativistas (40,7%).
Pará: atividades mais relevantes ao longo dos 10 anos
Em 2010, quando a pesquisa começou, a atividade mais relevante para a economia do Pará era a extração de minerais metálicos que garantia para o estado 78,2% do valor de transformação industrial, com R$ 18,7 bilhões; 59,3% da receita líquida de vendas (R$ 23,9 bilhões); 10% das pessoas ocupadas (9.706 pessoas); e 42,3% dos salários e retiradas (R$ 916,8 milhões).
A metalurgia era a segunda mais relevante, responsável por 6,6% do valor de transformação industrial do Pará (R$ 1,5 bilhões); 13,8% da receita líquida de vendas (R$ 5,5 bilhões); 7,2% do pessoal ocupado (6.930 pessoas); e 9,9% dos salários e retiradas (R$ 214,3 milhões).
No que se refere à geração de empregos, a fabricação de produtos alimentícios (3ª mais relevante para o estado) era a atividade de maior destaque, com 24,6% do pessoal ocupado entre todas as atividades das indústrias pesquisadas, empregando 23.843 pessoas. Essa atividade era responsável por 5,1% do valor de transformação industrial do estado (R$ 1,2 bilhões); 13% da receita líquida de vendas (R$ 5,2 bilhões); e 14,2% dos salários e retiradas (R$ 307,2 milhões).
No último ano da pesquisa (2019), a atividade mais relevante para a economia do Pará continuava sendo a extração de minerais metálicos que garantia para o estado 84,3% do valor de transformação industrial, com R$ 47,9 bilhões; 68,1% da receita líquida de vendas (R$ 62,5 bilhões); 24,5% das pessoas ocupadas (22.833); e 39,8% dos salários e retiradas (R$ 1,3 bilhões).
A fabricação de produtos alimentícios passou à posição de 2ª atividade de maior destaque e continuava sendo a de maior destaque na geração de empregos, com 29,2% do pessoal ocupado entre todas as atividades das indústrias pesquisadas, empregando 27.184 pessoas. Essa atividade era responsável por 4,9% do valor de transformação industrial do estado (R$ 2,8 bilhões); 10,5% da receita líquida de vendas (R$ 9,6 bilhões); e 18% dos salários e retiradas (R$ 618,5 milhões).
A metalurgia caiu para o terceiro lugar, sendo responsável por 4,1% do valor de transformação industrial do Pará (R$ 2,3 bilhões); 10,8% da receita líquida de vendas (R$ 9,8 bilhões); 5,3% do pessoal ocupado (4.956 pessoas); e 8,8% dos salários e retiradas (R$ 301,4 milhões).
Produtos e serviços
A PIA também fornece informações sobre a produção e a venda de produtos e serviços industriais, em 2019. Em todo o país, foram investigados cerca de 3.400 produtos e serviços industriais. Na região Norte, responsável por 7,4% da receita líquida de vendas do país, onde predomina a indústria de extração de minerais metálicos e de fabricação de produtos eletroeletrônicos, os três produtos com maior participação no valor das vendas industriais foram minérios de ferro (23,2%), televisores (6,1%) e telefones celulares (5,8%), que corresponderam a 35,1% do total de vendas da região.
No Pará, com base no valor de produção, o item em 1º lugar é “Minérios de ferro e seus concentrados, em bruto ou beneficiados (classificados, concentrados, triturados, etc.), exceto pelotizados ou sinterizados” (valor de produção não informado). Em 2º lugar, “Minérios de cobre (azurita, cuprita, etc.) e seus concentrados, em bruto ou beneficiados”, com valor de produção de R$ 6,2 bilhões. Em 3º lugar, “Óxido de alumínio (alumina calcinada)”, cujo valor de produção não foi informado; em 4º lugar, “Carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, com R$ 4,6 bilhões de valor de produção; em 5º lugar, “Madeira serrada, aplainada ou polida”, com R$ 3,2 bilhões.
Os dados da PIA são usados para pautar o planejamento e a implementação de estratégias públicas e privadas para o setor industrial, tradicionalmente reconhecido como o de maior capacidade de agregação de valor, de adensamento nas cadeias produtivas e, portanto, de promoção do desenvolvimento econômico. Os dados completos estão disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) e podem ser acessados através do link https://sidra.ibge.gov.br/tabela/7752.