Inovar é preciso! Por onde começar?

É comum num café com um empresário ou empresária surgir o questionamento: eu preciso inovar, mas por onde eu começo? Quem me conhece sabe que esse cafezinho é normalmente por minha conta. Entendo que trocar experiências, fazer networking, as vezes simplesmente jogar conversa fora é sempre um prazer, mas mais do que isso, essa troca para mim é um investimento.

Dedico algumas horas da semana para compromissos aparentemente sem propósito específico ou que não estejam diretamente ligados aos meus negócios, por que para mim, é uma das maneiras mais simples e prazerosas de aumentar o meu “repertório”. Cada um de nós constrói e atualiza durante a vida o seu “repertório”.

Como repertório entenda o conjunto de conhecimentos que você tem sobre um determinado assunto ou um conjunto de assuntos. Existem pessoas que gostam de aumentar repertório lendo revistas aleatórias, outras que gostam de assistir documentários, ler livros, ouvir podcasts, enfim, adquirir conhecimento é válido independente do meio, e para mim, é aí que as ideias se combinam e acontece a “gênese da inovação”. Inúmeras vezes tomando um banho ou caminhando sozinho em algum lugar, aconteceu de ter uma ideia que pudesse melhorar algum produto ou algum processo dentro das minhas empresas e normalmente isso tem a ver com algo que estava “dormindo” no meu subconsciente e ao pensar em um problema novas hipóteses de solução vem à tona de forma natural.

Assim, vêm a primeira dica: aumentar seu repertório é fundamental para que a inovação nasça.

De acordo com o Manual de Oslo, desenvolvido pela OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, formada por mais 30 democracias do mundo, com o intuito principal coletar e interpretar dados sobre a inovação, existem quatro tipos de inovação, inovações de produto, inovações de processo, inovações organizacionais e inovações de marketing.

Nesse artigo quero destacar a inovação focada em produtos e processos. A principal diferença entre elas é que a inovação de produto tem como foco melhorias significativas nos mesmos, enquanto inovação de processos, está ligada a melhoria nos métodos de produção e não necessariamente isso terá impacto no produto final apesar de ambos terem sua importância.

Pensar em inovação de um produto ou serviço em resumo, está diretamente ligado a encontrar um problema real e tão profundo que muita gente queira pagar para resolvê-lo. Como foi o caso do surgimento do Dropbox em 2007, com a funcionalidade de substituir o pendrive sem necessidade de um equipamento externo e de forma 100% online. Hoje em dia, existem diversas ferramentas que auxiliam a jornada de inovação de produtos e serviços como o Design Thinking, o BMC – Canvas de modelo de negócio, o VPC – Canvas de proposta de valor e tantos outros.

A segunda dica de ouro é: foque no cliente, entenda se ele realmente tem aquela dor e valide rapidamente se aquele produto ou serviço que você queira oferecer faz sentido para ele e para o mercado que ele está inserido. Já pensar em inovar o processo, gosto de citar o exemplo da história do automóvel, uma das inovação que mudou os rumos da humanidade. Muitos acham que surgiu com o Henri Ford mas na verdade, surgiu na Alemanha em 1886 com a combinação de várias outras invenções pelo engenheiro Karl Benz. Henri Ford por sua vez, conseguiu inovar nos processos e criar uma linha de produção eficaz e padronizada suficiente para popularizar o produto, tornando-o acessível a uma maior parcela da população. Aí vem a terceira dica e última dica: se não há uma forma simples ou direta de inovar no produto ou serviço, entenda como inovar seu processo que assim você pode se tornar mais competitivo e com uma boa estratégia virar o jogo.