Quem nunca sonhou em estudar em uma universidade fora do Brasil ou imaginou fazer intercâmbio cultural na Europa? Conhecer novas culturas, ampliar o conhecimento, aprender um novo idioma e voltar para casa com a bagagem cheia de experiências e boas lembranças.
Alunos de Ciências da Tecnologia da Estácio foram contemplados no Programa de Cooperação Brasil-France Ingénieur Technologie (BRAFITEC), que viabiliza bolsas de estudos em universidades francesas.
O início de um sonho
Prestes a terminar o curso, o estudante de engenharia elétrica, Renato Tocantins, recém-saído de um estágio, se viu sem muita perspectiva de trabalho até descobrir um programa de intercâmbio na França. Caminhando pela Estácio, viu no mural da faculdade o cartaz que falava sobre programas de intercâmbio, vivência no exterior e bolsas de estudos. Renato se encantou com a possibilidade de concorrer à vaga e realizar o sonho de estudar em Paris. “Eu sempre tive vontade de estudar fora do Brasil. Fiz aulas de francês e isso me ajudou no processo seletivo em 2017”, conta.
Desse dia em diante, o futuro engenheiro eletricista dava início a viagem que mudaria para sempre a sua vida.
Deu tudo certo
Aprovado com boas notas, Renato garantiu o segundo lugar e em 2018 fez as malas com destino a École Supérieure D’informatique, Électronique, Automatique (ESIEA) para cursar engenharia da computação. “Foi a melhor experiência da minha vida. Nunca tinha viajado para outro país antes dessa bolsa. Sempre tive muita vontade de conhecer outras culturas, falar outro idioma e queria também uma experiência nova no meu currículo”, explica o estudante.
Renato aconselha outros estudantes a abraçar essa oportunidade. “Eu recomendo para qualquer pessoa. É uma experiência enorme que eu acho muito difícil você ter depois da faculdade. Eu voltei outra pessoa. Amadureci e fiquei mais independente. Morava só, tinha que administrar os custos com aluguel, alimentação”, explica Renato.
Vivência Internacional
Um programa de intercâmbio universitário transforma de maneira positiva a vida de um estudante. Os acadêmicos da Estácio que tiveram a oportunidade de viver na Europa são enfáticos quando dizem que estudar em uma instituição renomada e tradicional abre inúmeras portas ao longo da carreira. Outro ponto relato é de que o ambiente escolar nas universidades francesas requer muita disciplina e organização.
“Só foi possível devido a uma mudança total de hábitos e metodologia de estudos. Lá exige que os alunos acompanhem os conteúdos ministrados e dominem os softwares e tecnologias essenciais no desenvolvimento de projetos de engenharia de alto padrão. O que muitas vezes resulta em uma vida solitária e com diversas noites em claro com leituras”, explica Bruno Mila, bolsista que está atualmente na École des Arts et Métiers Paris Tech, e ganhador do concurso IET (Institute of Engineering and Technology), em Paris.
Expectativa
A pandemia de Covid-19 mexeu um pouco com o coração dos futuros engenheiros, pois com o alto índice de casos no Brasil, aeroportos e fronteiras fechadas, o sonho de estudar fora teria que ser adiado. No entanto, o programa segue e esse ano já selecionou dois alunos: Adriam Roberth e Isabel da Silva. Adriam Roberth, aluno de Engenharia Mecânica, está super empolgado e não vê a hora de viajar, estudar e aprofundar seus conhecimentos, além da imersão em uma nova cultura.
“Eu estou com uma expectativa enorme! Um país novo, nova cultura, uma realidade nova, um clima novo, uma faculdade nova. Tudo novo e estou ansioso também”, comenta Adriam Roberth, um dos classificados para a temporada 2021 do Brafitec.
Já Isabel, do curso de Engenharia de Controle e Automação, iniciou a busca pela bolsa em 2019. Essa não é sua primeira tentativa. Ainda no Ensino Médio ela tentou estudar em outro país. Então ela foi atrás das qualificações necessárias, entre elas a proficiência no francês. Outro requisito importante é o desempenho geral no curso, que precisa ser com notas boas. Começou os estudos da língua em casa. “O apoio da minha família e de todo o corpo docente da Estácio foram fundamentais para ser aprovada em todos os processos. Estou no aguardo do visto para viajar em setembro. Ter uma experiência assim é inexplicável e a importância que agregará ao meu currículo será fundamental”, enfatiza Isabel.
O BRAFITEC
O BRAFITEC existe desde 2007 e a Estácio participa desde 2017 e já enviou quatro alunos, sendo três em 2018 e um em 2019. Financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o objetivo é estimular o intercâmbio de alunos e aproximar os currículos das duas instituições. Estudantes brasileiros podem cursar até um ano da graduação na França e estudantes franceses podem estudar no Brasil pelo mesmo período.
Como se candidatar
Podem se candidatar às vagas estudantes dos cursos de graduação de diversas engenharias, entre as quais, Engenharia Mecânica, da Computação, Engenharia Elétrica, Controle e Automação e de Produção.
Ter o nível intermediário de francês (para tal, os alunos devem fazer cursos livres e se prepararem para as avaliações).
Ter cursado entre 40 e 80% do curso.
Candidatar-se às admissões das universidades parceiras francesas e enviar as documentações. Após isso, aguardar a aprovação e envio da carta de aceite.
Após o recebimento da carta de aceite, submeter o Dossiê ao Campus France (Agência da Embaixada Francesa que intermedia o pedido de vistos).
Em paralelo, aguardar os trâmites da CAPES para liberação da documentação de bolsa.