Otimismo do setor é alavancado pelo avanço da vacinação no Estado
Estão chegando as tão aguardadas férias de julho e muitas famílias já se preparam para curtir o verão amazônico nos balneários do Estado. Dos mais badalados aos mais tranquilos, o Pará tem uma variedade de destinos para quem busca sair da capital. Com a flexibilização das restrições impostas pela pandemia e a possibilidade de vacinar toda a população adulta paraense até setembro deste ano, o setor hoteleiro tem boas expectativas de crescimento. É o que explica Fernando Soares, diretor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares do Estado do Pará.
“A expectativa é muito boa, já vemos uma certa movimentação, principalmente em Salinas, mas acreditamos que vai ser bem melhor do que no ano passado, porque em 2021 há uma maior flexibilização a partir da vacinação. Além disso, o crescimento do setor hoteleiro traz a reboque o de alimentação fora do lar, como barracas, lanchonetes e os restaurantes dessas cidades, que também vão ter um movimento significativo”, disse. “Não esperamos que haja um crescimento em relação aos anos anteriores à pandemia, mas pelo menos em relação ao ano passado certamente terá”, ressaltou o diretor.
A pandemia de covid-19 foi responsável pelo fechamento de uma série de empresas de meios de hospedagem, não só em Belém, como também em outros municípios, seja pela falta de público ou mesmo pela dificuldade de obter os financiamentos que foram disponibilizados. Somente no segundo semestre de 2020 o cenário se mostrou favorável, mas apenas por um breve espaço de tempo.
“Chegamos a ter uma certa abertura de empresas por volta de outubro e novembro do ano passado, quando as contaminações amenizaram um pouco, mas depois, de janeiro em diante, e principalmente depois do surgimento da variante em Manaus, o temor voltou. Várias empresas tiveram que fechar, outras estão em espera, porque não podem arriscar todas as economias. Investir tudo em um negócio que você não sabe se amanhã estará aberto é muito complicado”, pontuou Fernando Soares.
De acordo com o Sindicato, o setor hoteleiro está iniciando uma reação de crescimento a nível nacional, que ainda não chega aos números que de antes de 2020, mas que já representam um avanço perto do que foi vivenciado ano passado, quando 13 mil postos de trabalho foram perdidos no Estado e houve um prejuízo de cerca de 30 bilhões de reais para o segmento em todo o Brasil.
“São números extremamente expressivos, que precisam ser vistos com cuidado, porque representam a desestabilização de famílias, empresas, a economia inteira de alguns municípios que vivem exclusivamente do turismo, a exemplo de Marudá, Marapanim e Salinas. A maior fonte de renda desses municípios é o turismo, então, se não houver turistas, não há renda para a economia local”, avaliou.
Cuidados – Apesar do afrouxamento, as medidas preventivas de higiene permanecem, conforme o Decreto Estadual 800/2020, como o asseio dos quartos, maçanetas, fornecimento de álcool em gel e uso obrigatório de máscaras. A gerente do hotel Paraíso Bom Jesus, Gleicy Azevedo, destaca o rigor que o estabelecimento, localizado no município de Salinas, está adotando para receber os veranistas.
“Como o fluxo de pessoas que vêm de outros estados aumenta bastante, temos que proporcionar segurança tanto para o cliente, quanto para os colaboradores. As expectativas para essas férias são muito grandes. Acreditamos que, com o avanço das vacinas, as pessoas estão mais otimistas e confiantes para viajar. Salinas é um polo turístico que recebe visitantes de dentro e fora do país. Aqui no hotel, por enquanto, estamos com mais de 20% das reservas confirmadas, mas a expectativa é alcançar a totalidade até a primeira semana de julho. Esse é um ano de esperança, 2020 foi completamente negativo e nos pegou de surpresa, mas agora já estamos mais preparados para receber nossos veranistas com todo o cuidado”, revelou a gerente.