“Etarismo” dificulta recolocação de profissionais com mais de 50 anos no mercado de trabalho, dizem especialistas.

TARISMO

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O envelhecimento populacional já é uma realidade no mundo inteiro, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). No Brasil, não é diferente. Uma pesquisa de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou o número de 28 milhões de idosos no país. Além disso, para o IBGE, as estimativas apontam que a partir de 2060 haverá mais idosos do que jovens no país. Para a SBGG, é necessário que haja políticas públicas de atenção à saúde do idoso e maior atenção a esses indivíduos, para que tenham um envelhecimento saudável e ativo, e possam estar cada vez mais integrados à sociedade.

Mesmo com o envelhecimento de toda a população, como mostram os dados do IBGE, o preconceito contra os idosos, o chamado “etarismo”, “ainda é um mal muito latente nos dias de hoje”, diz a SBGG. Preconceito que nasce com base em estereótipos que fazem parte da construção social, e referem-se à saúde, a capacidade e empenho, mas, especialmente, à idade, fragilidade, etc.

No mercado de trabalho, o chamado “etarismo” começa ainda mais cedo, a partir dos 50 anos. A ausência de profissionais a partir dessa faixa etária nas empresas destaca o despreparo das companhias para receberem esses funcionários, de acordo com uma pesquisa da Aging Free Fair em parceria com a FGV EAESP, que consultou o departamento de Recursos Humanos das empresas. O Great Place To Work Brasil (Melhores empresas para se trabalhar) de 2018 apontou que mesmo entre as melhores empresas para se trabalhar no país, a inclusão etária não chegou ao patamar ideal. Apenas 3% de profissionais idosos trabalham nas 150 empresas melhores avaliadas.

Evelyn Rodrigues de Almeida, de 55 anos, se mudou de Manaus para Belém há dois anos. Na capital do Amazonas, era Cozinheira Geral da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (Comara). Desde que se mudou para o Pará, ela diz que só apareceram trabalhos temporários, os chamados “bicos”. “Faz mais de 1 ano que eu estou desempregada e já coloquei currículo em diversas empresas, sou chamada para entrevista, mas sem êxito. Conheço várias pessoas que estão passando pela mesma situação de desemprego e que também já colocaram currículo em várias empresas e na hora da contratação optam por uma pessoa mais jovem e, na maioria das vezes, sem experiência nenhuma na função”, diz.

ETARISMO E EMPREENDEDORISMO

Em entrevista ao Simineral ON, a plataforma de conteúdos digitais do Sindicato das Indústrias Minerais do Pará, o Superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, falou sobre uma pesquisa do IBGE que aponta que os empreendedores com mais de 65 anos são os que mais empregam no País. “O chamado empreendedorismo na maturidade, possibilita o amadurecimento da visão de negócios, permitindo que os empreendedores possam tomar decisões com base em informações gerenciais, correndo riscos calculados e investindo com mais segurança, sabe? Então, com o negócio mais maduro, a necessidade de contratação pode ocorrer com mais frequência”, finaliza.

Na edição do mês de maio do Simineral ON é possível conferir a entrevista completa do Superintendente do Sebrae e outros conteúdos sobre Etarismo, mercado de trabalho e informações sobre o setor mineral.

SIMINERAL ON

Para ler mais: www.simineral.org.br/simineral-on